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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

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Mas para que raio quero eu um blog?

20
Fev24

Buergbrennem

Carla

Todos os anos no fim-de-semana a seguir ao Carnaval, cá pelo Luxemburgo, constróiem-se torres com madeira velha, paletes e os pinheiros de natal, que foram recolhidos e deitamos-lhes fogo. Esta antiga tradição também conhecida pela Fête des Brandons, consiste em queimar simbolicamente o Inverno para o afastar. 

Uma tradição que junta a população da cidade durante a tarde para a construção do buerg, que pode ter a forma de um pequeno castelo, mas a maior parte da vezes é uma enorme fogueira com uma cruz no meio. O tamanho da fogueira depende da quantidade de material recolhido. Seguido de uma prossição de tochas e no fim deita-se fogo à fogueira para iluminar a noite, esta honra é dada a um casal recém casado ou a uma pessoa célebre da localidade.

A festa animada pela fanfarra, continua noite dentro ao redor da fogueira, até que esta se transforme em cinzas. Fazem-se berbecues e são servidos pratos tradicionais como o Bouneschlupp (sopa de feijão verde) ou o Lerzebulli (sopa de ervilhas) claro que não pode faltar o Glühwäin (vinho quente) para aquecer o pessoal.

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Uma tradição pagã por alturas do equinócio da primavera, que simboliza o nascimento da Primavera e a morte do Inverno, a vitória do calor ao frio, da claridade à escuridão. Também se consta que o queimar o Buerg, é uma forma de relembrar as bruxas que foram atiradas à fogueira e queimadas noutras épocas. 

 

Inverno queimado. Venha a Primavera!

 

 

18
Jan24

Ó mãe, anda lá ver!

Carla

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Agora que os filhos cresceram e já não partilham o tempo e a vida deles comigo com a assuidade de outros tempos,  habituei-me a dispor do meu tempo como muito bem me apetecer. 

Esta manhã, foi assim:

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Eu com tanto trabalhinho para fazer, e a maldita da paisagem a dizer " ó mãe desce ao Grund!, ó mãe olha a Pafendall!, ó mãe! anda lá ver!" 

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E o trabalho ?...bem ... esse não se faz sozinho, mas há prioridades.

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Depois sou bem capaz de ter problemas de produtividade, mas paciência!

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... amanhã é  capaz de já não haver nada! 

 

 

17
Jan24

Cedo falei.

Carla

Ontem ao fim da manhã, estranhei a temperatura até agradável para um dia de inverno Luxemburguês, e ao fim da tarde mandei dizer para Portugal que por aqui, o frio até se tolerava. Ao início da noite, no telemóvel, recebo uma mensagem do governo a avisar que o país estava em alerta vermelho, mais de 30 estradas estariam fechadas dia 17, e que era aconselhado ficar em casa.

Cedo falei.

Além de ter chovido, as temperaturas durante a noite, desceram bruscamente até aos 5 graus negativos, esta manhã as ruas estavam cobertas de gelo.

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Aventuram-se os mais destemidos, ou aqueles que não puderam mesmo ficar em casa.  Eu, entre perder uma manhã de trabalho e partir uma perna, escolhi não arriscar. É que não estava nada fácil andar por estes caminhos.

De ontem ...

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De hoje ...

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Perigoso, mas espectacular! 

(Esta última foto não é minha, tirei da página do facebook da ville du Luxembourg.)

 

15
Jan24

Gentileza gera gentileza.

Carla

Esta noite nevou como estava previsto, assim que regressei de Metz, já a noite ia alta, espalhei sal no passeio, fui à cave buscar a pá e encher de novo o balde com sal, sabia que ia ter de o utilizar no dia seguinte logo de manhã, antes de ir para o trabalho. É da nossa obrigação, assim diz a lei, limpar os passeios em frente das casas. Mesmo que não fosse de lei, devia ser da consciência de cada pessoa. Eu, assim como não gosto de escorregar em passeios com neve, também não gostaria que ninguém caísse e se magoasse no "meu passeio".

Acordei 15 minutos mais cedo da hora habitual, abri a persiana do quarto e de facto tinha nevado, tudo estava branquinho,  quase não havia trânsito de carros nem de pessoas, mas ouviam-se já as pás a raspar no chão. Vesti um fato de treino, calcei as botas, casaco e luvas, agarrei na pá e no balde com sal e desci à rua. Ao sair a porta do prédio, o passeio em frente da entrada, estava já completamente limpo de neve e tinha já sal espalhado. Dou a volta ao prédio e lá andava ele, entretido, o meu vizinho do prédio do lado. Além de limpar o que lhe competia, limpou também aquilo que me competia a mim fazer. 

Quando me viu, sorriu. " bom dia vizinha! Espero não a ter acordado, deixe estar que hoje o passeio está por minha conta" e riu

Ele e a esposa são já pessoas de idade, a mim não me custa nada limpar os 2 ou 3 metros de calçada em frente da casa dele, que faço com gosto, até porque neve na quantidade que havia hoje de manhã é raro, conta-se pelos dedos de uma mão os dias em que neva assim.

Hoje o senhor retribuiu a gentileza. 

Ficou combinado que no próximo nevão o assunto sou eu que resolvo.

 

 

08
Jan24

Estava aqui eu a pensar ...

Carla

... na morte da bezerra e na merda de tempo, que não há modos de nos largar e dar lugar ao sol, neste céu cinzento, nestes flocos de neve que tanto caiem com vontade, como a seguir param de cair e que já me fizeram espalhar carradas de sal no passeio, não vá alguém implicar porque o passeio escorrega, e neste vento gelado que há dias e dias que não pára de soprar... que mal uma pessoa mete o pé na rua, fica gelada até aos ossos, e lembrei-me! Claro que só pode ser culpa do (des)governo!

É que, se nos dessem um index maior que a inflação, o salário era melhorzito e poderiam sobrar uns euros e neste momento, eu poderia estar numa ilha tropical, a sul do hemisfério norte, a curtir o verão. 

Porra pá! Fechem lá as portas do polo norte que ainda apanho aqui uma pontada!

27
Nov23

Batem leve, levemente ...

Carla

 

 

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Balada de Neve

 

Batem leve, levemente,

como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

e a chuva não bate assim.

 

É talvez a ventania:

mas há pouco, há poucochinho,

nem uma agulha bulia

na quieta melancolia

dos pinheiros do caminho…

 

Quem bate, assim, levemente,

com tão estranha leveza,

que mal se ouve, mal se sente?

Não é chuva, nem é gente,

nem é vento com certeza.

 

Fui ver. A neve caía

do azul cinzento do céu,

branca e leve, branca e fria…

Há quanto tempo a não via!

E que saudades, Deus meu!

 

Olho-a através da vidraça.

Pôs tudo da cor do linho.

Passa gente e, quando passa,

os passos imprime e traça

na brancura do caminho…

 

Fico olhando esses sinais

da pobre gente que avança,

e noto, por entre os mais,

os traços miniaturais

duns pezitos de criança…

 

E descalcinhos, doridos…

a neve deixa inda vê-los,

primeiro, bem definidos,

depois, em sulcos compridos,

porque não podia erguê-los!…

 

Que quem já é pecador

sofra tormentos, enfim!

Mas as crianças, Senhor,

porque lhes dais tanta dor?!…

Porque padecem assim?!…

 

E uma infinita tristeza,

uma funda turbação

entra em mim, fica em mim presa.

Cai neve na Natureza

e cai no meu coração.

 

Augusto Gil

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