Pensamento meu hoje: há filhos e filhos.
Há filhos que se preocupam com os pais, que os tratam com carinho, que beijam e abraçam forte, que telefonam, que fazem os quilómetros que forem precisos só porque têm saudades e querem mimos, que mandam mensagens a perguntar se os pais estão bem, filhos que reconhecem o esforço que os pais fizeram para que hoje estejam bem e agradecem.
Depois há outra classe de filhos. Filhos que não falam com os pais, que os tratam como conhecidos, filhos para quem todo o esforço foi pouco, filhos que tratam os pais com desprezo, que comprimentam e beijam porque parece mal não o fazer, filhos que ignoram, filhos que não se preocupam, filhos que não respondem a mensagens e ignoram telefonemas, filhos ingratos, que não sabem dizer obrigada, filhos que crêem que foi obrigação dos pais, criar, providenciar, doar, dedicar.
Tenho dois. Um da barriga e outra que criei como filha desde os 9 anos de idade. Um que se insere na primeira categoria, a outra na segunda. Posso ter falhado muitas vezes como mãe, chata, exigente, uma cabra ou até uma merda de mãe. Não sou perfeita, nunca o tentei ser. Fui sempre eu com todos os defeitos que me assistem. Mas quando ao longo dos tempos, uma filha não responde a mensagens e nem retorna telefonemas, e ainda tem a lata de responder "tenho uma vida muito ocupada"... eu como mãe desisto. A distância é a mesma, daqui aí, como daí aqui.
Há filhos e filhos. E há pais que sofrem e se cansam com a frieza e indiferença dos filhos.