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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

01
Set24

Às moscas ...

Carla

Falo do blog

Está parado á tanto tempo, que isto é só pó, teias de aranha e cotão.

Deixem-me abrir as janelas para isto arejar e dar-lhe um limpeza geral, para que fique mais asseadinho quando me vierem visitar.

Por falar em limpezas...

Refiro-me aos trabalhos domésticos, fazer camas de lavado, pôr roupa a lavar, aspirar... vocês:

1- fazem tudo de enfiada e depois descançam,

2 - vão fazendo aos poucoxinhos, intercalando com descanso,

3 - descansam antes de se cansarem e depois metem o turbo e vai tudo a eito,

4 - não fazem nada do que têm para fazer, até porque hoje é domingo e todas as tarefas podem ser feitas durante a semana?

 

13
Ago24

Eu até gostava do verão até ...

Carla

...  ao dia em que comecei a pingar àgua pela testa abaixo. Eu até gosto de calor, mas em doses moderadas. Já não se aguenta, caramba, que calor insuportável que se faz sentir no burgo. Isto é 8 ou 80, está demais! Podia estar uma aragem, um ventinho... Se fosse um gajo porreiro, podia ter avisado com antecedência a sua vinda ou pelo menos não vir assim tão de repente. A pessoa destila dentro da roupa... poça não aguento! Isto já são dias a mais de tanto calor e de tão abafado que está... não há vontade para trabalhar ... Só apetece descançar, estar sentada no sofá a criar lombas... não há quem durma à noite... é um rola e rebola de calor. Será pedir muito um pouco mais de fresquinho?!

 

29
Jul24

Pensamento meu hoje: há filhos e filhos.

Carla

Há filhos que se preocupam com os pais, que os tratam com carinho, que beijam e abraçam forte, que telefonam, que fazem os quilómetros que forem precisos só porque têm saudades e querem mimos, que mandam mensagens a perguntar se os pais estão bem, filhos que reconhecem o esforço que os pais fizeram para que hoje estejam bem e agradecem.

Depois há outra classe de filhos. Filhos que não falam com os pais, que os tratam como conhecidos, filhos para quem todo o esforço foi pouco, filhos que tratam os pais com desprezo, que comprimentam e beijam porque parece mal não o fazer, filhos que ignoram, filhos que não se preocupam, filhos que não respondem a mensagens e ignoram telefonemas, filhos ingratos, que não sabem dizer obrigada, filhos que crêem que foi obrigação dos pais, criar, providenciar, doar, dedicar. 

Tenho dois. Um da barriga e outra que criei como filha desde os 9 anos de idade. Um que se insere na primeira categoria, a outra na segunda. Posso ter falhado muitas vezes como mãe,  chata, exigente, uma cabra ou até uma merda de mãe. Não sou perfeita, nunca o tentei ser. Fui sempre eu com todos os defeitos que me assistem. Mas quando ao longo dos tempos, uma filha não responde a mensagens e nem retorna telefonemas, e ainda tem a lata de responder "tenho uma vida muito ocupada"... eu como mãe desisto. A distância é a mesma, daqui aí, como daí aqui.

Há filhos e filhos. E há pais que sofrem e se cansam com a frieza e indiferença dos filhos.

 

 

 

 

 

 

25
Jul24

As minhas plantas dão-me com cada preocupação...

Carla

A minha mai-velha quando abalou de mala e cuia, sim, porque isto de quem casa quer casa, deixou-me de herança uma suculenta mais murcha que os dedos quando estão muito tempo na água, com meia dúzia de folhitas tristes e cansadas a precisarem de alento. Eu como boa samaritana acolhi a planta e prestei-lhe todos os cuidados, facutei-lhe bem estar, apoio psicológico e emocional, falei com ela todos os dias, até música lhe dei. 

Dei-lhe um vaso novo com terra fresquinha e àgua gota à gota porque me disseram que não podia pôr muita àgua de uma só vez, que elas, suculentas, não gostam.

Ora de tão bem tratada que foi, a planta cresceu, tornou-se vistosa de folhas carnudas e juntas festejavamos o aparecimento de novos rebentos, como quem festeja quando sabe que alguém da família está grávida.

Agora, não sei o que se passa, que dor na alma é esta que a atormenta e que a entristece. Primeiro as folhas foram caíndo uma a uma, agora é o caule que apodrece e caí. Sinto-a a secar, a desistir da existência, a perder o brilho. 

20240725_163956.jpg

Não sei o que faça...

 

 

 

 

10
Jul24

Suor

Carla

Segundo uma pesquisa (o que eu gosto destas coisas!) da universidade de Utrecht, Países Baixos, o nosso suor possui compostos quimícos e quando estamos felizes pode ser percebido por aqueles que nos cheiram. Nós, os receptores do odor, ao sentir o cheiro de suor, somos contaminados com a felicidade emitida.
Ou seja, quando alguém está feliz vai injetar a sua felicidade nos demais.
O suor emitido por uma pessoa feliz leva os receptores a sorrirem mais.

Talvez fosse boa ideia pararmos de nos encharcar de perfume, principalmente daqueles muito doces e intensos em dias de calor.
É que, a mistura de ambos odores dificulta um pouco a vida da pessoa que, através das vias respiratórias inala tal fedentina, o cérebro fica assim a modos que pro bloqueado. E uma pessoa não sabe, se    há-de sorrir de felicidade porque a outra está feliz ou chorar de agonia perante tão confusa fragância.

Por agora é só isto, bem-haja pela atenção dispensada. Até mais logo!

09
Jul24

Tenho uma vida muito difícil...

Carla

Nem queiram saber! 

Há quem se queixe de noites mal dormidas por isto ou aquilo.

Eu queixo-me desta treta menopausica que me dá noites horríveis! Tanto sinto um calor infernal que tenho de tirar a roupa toda e dormir como cheguei ao mundo, como a seguir sinto um frio glacial e tenho de vestir o pijama polar e calçar meias. 

Nós mulheres, não temos um minuto de sossego nesta vida! 

Na próxima reencarnação quero ser homem.

23
Jun24

Somos todos aliens em algum momento e em algum lugar.

Carla

Depois da tradicional salsicha, carregada de maionese que comi numa das muitas barraquinhas espalhadas pela vila, a Di e dois amigos dela juntaram-se a mim, para assistirmos ao fogo de artifício, no início da ponte Adolphe. Deixámos-nos ficar por ali o tempo suficiente de um outro amigo chegar, e tomámos direção ao centro. Por mim a noite tinha terminado, aquele mundo de gente, a maior parte já bem entornada, dj's tasca sim tasca sim, e o bum bum bum bum em decibéis altíssimos para ouvidos sensíveis era perfeitamente dispensável. Mas acompanhei-os até á zona histórica onde a festa bombava. Do grupo conhecia a Di, os outros eram-me completamente estranhos. Veio então aquela parte chata de ter de socializar, onde as conversas triviais e banais têm de ser feitas perto do ouvido ou tens de gritar e mesmo assim não ouves o que te é dito. Depois de palmilhar à esquerda e à direita, sempre empurrados pela multidão, assentámos arraias na praça Clairefontaine, menos gente e o dj mais soft com a música que dava ao pessoal pra dançar. E havia bancos... as minhas costas já reclamavam por um. Ali num ambiente mais tranquilo a cerveja até tinha outro gosto e conseguiamos-nos ouvir uns aos outros.

Até que a conversa de trivial e banal passou a assuntos sérios sobre a espiritualidade, a essência, o significado profundo, a vida e a nossa forma de a encarar. As conversas são como as cerejas e havia ali assunto para várias horas. Não no ambiente onde estávamos, mas a cerveja leva nos a estados de espírito mais filosóficos. 

Um dos moços prepara-se para ir fazer o caminho do norte até Santiago, sentiu que era o momento e vai dedicar os 32 dias de férias a percorre-lo. Comentei que também gostaria de o fazer quando estiver reformada, mas que me ando a preparar para fazer do Porto a Santiago, talvez para o ano. 

A partir deste momento a conversa rodou à volta do tema "camiño", onde todos me pareceram experts e conhecedores da grande missiva espiritual que é chegar à catedral. Nisto, ele volta-se para mim e solta a pergunta, se tinha sido o livro "Diário de um Mago" que me tinha inspirado a fazer o percurso. 

O horror, o drama e a tragédia aconteceu quando o informei que não, que nunca tinha lido o livro, e nem sabia quem era o escritor. Como é possivel Carla Maria desconheceres Paulo Coelho e não te teres inspirado num livro, que desperta a vontade em alguém em realizar algo? Bem... em minha defesa, eu conheço Paulo Coelho, mas... normalizem o facto de uma pessoa nunca ter lido Paulo Coelho, ok! 

Com aquelas pancadinhas condescendentes nas costas, senti-me alien no meio de gente entusiasta e amante da narrativa do escritor. Tão alien, tão fora, que hoje de manhã desmarquei o programa desta noite. Não fosse ele vir carregado com todos os livros do senhor e eu ter de estar, com um ouvido a tentar assimilar o assunto e o outro, a embebedar-se ao som de Morcheeba.

 

21
Jun24

E sai um abaixo-assinado, já!

Carla

A idade, a idade, a puta da idade! 

Foi por causa da idade, que neste momento vocês não poderão dar os parabéns, à nova funcionária do departamento de manutenção e limpeza de l'etat. É chato, eu sei! Já tinham as taças erguidas à espera do champanhe. Paciência! Fica para uma próxima vez. 

Eu sei que com a idade as doenças crescem como os cogumelos no inverno. São as artrites, artroses, a perda de audição, visão, das faculdades mentais e outras que tais. Também sei que já estou com um pé mais perto da reforma que uma miúda de 30 anos. E a experiência, pah? A experiência? Isto são já muitos anos a virar frangos... não conta? Ok! Tenho pena porque sei, que é o departamento que fica a perder.

Mas proponho um abaixo-assinado: Pelo direito das pessoas 50+ a novas oportunidades de trabalho. 

Vamos lá assinar isto e fazer barulho! 

06
Jun24

O problema

Carla

Não, o problema não são os cabelos brancos, as pálpebras descaídas, os pés de galinha à volta dos olhos ou as bolsas embaixo deles. O problema não é as mamas que já não olham para o céu, não é a pochete, nem cintura de vespa que desapareceu há décadas. O problema não é o cú espalmado ou as coxas magrinhas. O problema não é a pessoa esquecer onde mete as coisas nem o facto de verificar mil vezes se desligou o ferro ou o fogão e se fechou a porta à chave. O problema não é o trabalho, nem os filhos que já deram rumo à vida, os pais velhinhos, nem os afrontamentos da menopausa. O problema nem sequer é nunca ganhar o EuroDreams para poder basar daqui para fora. O problema não são as dúvidas existências, nem as pessoas estarem cada vez mais atalambadas, ou o mundo virado do avesso. Não. 

O problema darligues não são estes joelhos terem 80 anos e esta cabeça achar que tem 20 anos. O problema não é esta ligadura de gesso dar uma coceira do caraças e ter de aguentar isto mais uns dias, nem estes comprimidos prás dores, que me fazem andar em modo off. O problema não é este sofá que sei lá porque virou desconfortável. O problema não é este filho da mãe deste ligamento que não me deixa dobrar a perna.

O problema, dear gentle reader, é só terem saído 4 episódios da 3° temporada de Bridgerton e a pessoa ficar aguada até dia 13 para ver o desenlace amoroso de Pen e Collin.

30
Mai24

O buraco

Carla

Trabalho há 14 anos no mesmo local. Há 14 anos que todos os dias faço a pé o mesmo caminho, ao fim do dia para ir para o trabalho e o mesmo caminho de regresso a casa já a noite vai alta. De há uns tempos para cá uma pedra do passeio soltou-se, depois outra, e outra, até que se tornou um buraco. Entretanto começaram as obras nessa rua para sustituir os esgotos, as condutas de água e passar a fibra óptica e o buraco virou uma cratera. 

Euzinha que todos os dias por ali passa, sei exactamente o sítio do buraco, o tamanho e o que fazer para me desviar dele, todos os dias acerta nele! E depois passo o tempo todo a pensar no desgraçado do buraco que um dia destes ainda me atira ao chão e esbardalho-me toda! 

Isto não é enervante? Claro que é! Até parece que o caraças do buraco tem um imãn. 

 

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