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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

09
Ago24

Quem tem?

Carla

Quem tem a casa cheia este fim-de-semana? Eu, claro. 

Quem vai ter 12 pessoas, amontoadas neste pequeno T2 amanhã para jantar e domingo para almoçar? Eu, claro.

E, quem tem de pôr tudo a preceito, limpo, aspirado e lavado e ir adiantar as coisas, para amanhã ter menos trabalho, quem? Eu, claro e Euzinha (empregada) também.

E quem, em vez de pôr mãos à obra está aqui a escrever? Eu, claro.

Atão, com a vossa licença, vou vestir o avental e começar a fazer as limpezas da festa, enquanto o bacalhau coze que ainda hoje o tenho de desfiar. E passar as toalhas de mesa a ferro e deixar as mesas postas.

É que se não for eu a fazer não há quem faça. Só Euzinha me entende e ajuda.

 

 

28
Mai24

Castigos divinos

Carla

Se os há, levei com um.

No sábado lá fui eu participar mais uma vez na marcha internacional de Diekirch, este evento é organizado pelo exército Luxemburguês desde 1968 e junta militares, policia, cidadãos, não só do Luxemburgo mas de vários países. Durante 2 dias percorremos a zona norte do país. Eu fiz 20 km no sábado, duríssimos!...  ainda cravei boleia na mochila de um soldado americano, mas este não foi na conversa, preferiu continuar o percursso com os 50 quilos de sei lá o quê, do que os substituir por esta simpática pessoa. Totó! 

Por entre floresta, caminhos de cabras e caminhos agrícolas, o caminho foi-se fazendo, ora subindo, ora descendo. Ao longo do percurso músicos iam animando o pessoal e tendas foram montadas com comida e bebida. 

Foi numa dessas subidas que vi um enorme pomar de cerejeiras. Ora, passar sem parar perante tão bela e gostosa visão? Naaa! Não só parei como me embrenhei arvoredo adentro à procura de cerejas maduras. Subi às àrvores à procura delas, enguli-as não sem antes as saborear. Delicia dos deuses! Sem saber e sem me preocupar se tinham pesticidas recentes que provocasse algum desarranjo intestinal de caixão à cova. Que salixe! Mas tal não aconteceu, o que aconteceu, foi que a partir desse momento comecei a sentir uma forte dor no joelho que foi aumentando de intensidade à medida que caminhava, tive de desistir da ideia de continuar o percursso dos 40 km e meia a coxear lá cruzei a meta dos 20 km. O gelo e a massagem da moça dos primeiros socorros resolveram a situação, mas no domingo já não fui fazer o 2° dia da marcha.

Isto tudo à conta de um punhado de cerejas sem autorização, bom, uma barrigada delas. Tão docinhas! 

Toma lá cerejas! 

 

17
Mar24

A família

Carla

Esta que me calhou e a que com o tempo se tornou. Afeiçoada e muito barulhenta. Bem capaz de despertar com gargalhadas todos o vulcões adormecidos à séculos. Um exagero naquilo que toca ao gostar de viver. Entre um copo de tinto e uma tábua de enchidos e queijos na mesa, permitimos-nos à partilha das nossas vidas sem reservas nem vergonha. Nunca sei se bebemos e comemos mais do que falamos, mas sei que somos perfeitos na arte que é saber rir e de saborear a vida. Encontramos-nos sempre que pudemos e quando não pudemos, damos um jeito. Despedimos-nos com abraços apertados enquanto falamos do próximo encontro, que nunca tem data certa, porque sabemos que estamos sempre para todos os encontros que forem precisos.

Da próxima vez tragam o mesmo vinho tinto e aquele enchido com trufas.

21
Fev24

À caloteira com amor e carinho: deixa de ser sonsa e paga a tua dívida.

Carla

 

30 de Setembro de 2023.

Puxem de uma cadeira, sentem-se à minha beira que eu conto-vos tudo.

O dia estava ensolarado, bastante quente para aqueles dias de princípio de Outono. Tomei duche, estiquei o cabelo, uma maquilhagem suave no rosto e vesti-me segundo o dress-code do convite, branco.  A festa começava às três da tarde e prometia alongar-se noite dentro. Cheguei ao recinto e já algumas pessoas se encontravam no local, as caras eram-me todas familiares. Algumas amizades mais chegadas, outras nem tanto. A familia já estava toda reunida e aos poucos a sala foi enchendo. O grupo musical animava já no local e as entradas começaram a ser servidas. Entre uns acepipes e umas taças de champanhe, as conversas desenrolavam-se animadas e as gargalhadas foram ficando mais soltas. Segui-se uma pausa dançante e para tirar fotografias. Entretanto, era hora de sentar à mesa para começarem a servir o jantar. Do leitão só como a costela e a pele tem de estar bem estaladiça. E estava no ponto. Terminado o jantar, passámos à panóplia de sobremesas, sempre tudo bem regado com champanhe, vinho tinto, branco, verde, sumos e àgua. Antes da aniversariante, a minha irmã que fazia 50 anos, cortar o bolo, houve um jogo.

12 pessoas, 11 cadeiras. À medida que a música tocava íamos dançando à roda das cadeiras, era-nos dada uma ordem, assim que a música parasse tinhamos de encontrar o objecto pretendido, regressar á cadeira e sentar. Fui rápida a arranjar uma meia, um brinco e até um soutien, mas falhei o anel. Um anel coisa que toda a gente tem, e eu fui eliminada. Peguei na cadeira e abandonei o jogo. Neste dia por ser a mais lenta, desgracei a minha vida ao contrair uma dívida.  A minha sentença foi, convidar a minha irmã para uma noite de crepes em Fevereiro, no dia do "la Chandeleur". Se não o fizesse ficaria em dívida para com ela. Crepes... eu que gosto de os comer, mas detesto fazer! 

La Chandeleur 

Segundo uma tradição belga e francesa o dia 2 de Fevereiro é dia de comer crepes. Mas não se comem só crepes, há o saber virar o crepe. Este deve ser virado com a mão direita enquanto a mão esquerda segura uma moeda. Se ao virar o crepe este cair direito na frigideira, o ano será próspero. 

Dia 2 de  Fevereiro foi uma sexta-feira. Nesse dia não virámos crepes e a minha dívida mantinha-se. O mês foi passando e já a minha irmã duvidáva que iria pagá-la. Eu fazia contas aos dias, via o mês chegar ao fim e a dívida continuava por soldar. 

Domingo 18 de Fevereiro de 2024

A familia (era só para a minha irmã, mas o resto da malta colou-se) reuniu-se finalmente á volta da mesa para uma tarde de crepes. A futura nora que é belga, mais habituada a estas coisas, disponibilizou-se (cravei-a, ok...) para meter as mãos na massa e fazer crepes para 16 pessoas. Doces e salgados, com gluten e sem gluten, barrados com nutela, doce de morango ou só com açucar e canela, morangos, framboesas, mirtilos e manga, fiambre e queijo...e a tarde passou-se.

FB_IMG_1708527049216.jpg

Não virámos os crepes com a moeda na mão, logo não sei se o ano será próspero ou não, mas a minha dívida foi paga, agora já posso pousar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila. 

 

 

04
Dez23

Eu, como sempre, uma rapariga muito socialaite

Carla

Ainda não decorei nada,nadinha da casa. Ainda não comprei nada, nadinha de prendas, e nem sei para onde me virar com tantos convites para jantar ou passear até aos mercados de natal aqui das redondezas. Viro-me para um lado, um convite. Viro-me para outro, outro convite... é das colegas de trabalho, é dos patrões, dos amigos, do ginásio, do pessoal das caminhadas... caramba, pá! É tudo isto em Dezembro!? E Dezembro só tem 31 dias, e depois do dia 16 estou indisponível para quem quer que seja, chegam os meus pais e o tempo é todinho para eles. Já não tenho dias para tanto convite, é que aqui pelo meio,  tenho de meter o concerto do Sting, e a esse é que eu não falto!

07
Nov23

Doce de cereja.

Carla

A minha vizinha do lado, rapariga simpática, na casa dos 30 anos é da Hungria, o marido é de origem tailandesa, conheceram-se em Paris, apaixonaram-se e casaram. Vieram parar ao Luxemburgo à coisa de 6 anos. São dois jovens muito simpáticos, bem humorados, um casal muito agradável, de conversa boa e gargalhada solta. 

Volta e meia juntamos-nos para degustar e apreciar sabores, vinhos e licores das nossas terras, quando depois de algumas horas à conversa na varada, chegamos à conclusão que ninguém tem programa, portanto ninguém sai de casa. 

Por vezes o grupo aumenta com a vinda de uma moça da Moldávia, uma jovem croáta e uma menina chinesa, todas colegas dela na firma onde trabalha.

Os pastéis de nata, acompanhados com vinho do porto tiveram enorme sucesso entre o pessoal.

Já o licor de alperce moldávo com 80% de alcool, sabe a tudo menos a alperce, e tem a capacidade de te deixar queimado, todo o aparelho digestivo por mais de 48 horas. 

Desta vez foi mãe da minha vizinha, que tinha lá uns doces de cereja, feitos por ela, que trouxe para as amigas da filha provarem.

Isto tudo para vos dizer o quê? 

Nunca na minha vida provei um mon chérie tão delicioso, é que doce é de 2017, imaginem lá a fermentação que isto já leva...

Se mais logo me virem a trocar letras, não se apoquentem! A culpa é do queijo fresco que casa bem com o doce.

Uma daquelas relações felizes.

 

26
Ago23

Não é ... mas um dia pode ser...

Carla

... um blog de receitas de comida saudável, porque não? Aiii ... se eu tivesse jeito pra coisa! Mas não tenho grande habilidade, só a de seguir receitas e olhem lá... mas como eu estava a dizer ... antes de me perder nos pensamentos, amanhã é o último domingo do mês e é tradição, desde que casou e mudou-se para longe, dia da maisvelha vir almoçar comigo e trazer os meninos. O marido tem jogo de bola, vem mais tarde. E à pouco durante a conversa disse-me que tinha saudades da torta de cenoura.... esta miúda só me dá trabalho... ainda me fez ir às laranjas e às cenouras, eu que já tinha tudo adiantado para o almoço! Mas como não quero que a rapariga vá daqui desconsolada, a torta tá feita, espero que nos faça bom proveito.  E deixo-vos a receita, espero que vos faça bom proveito também!

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Torta de Cenoura e Laranja

Ingredientes:

600gr de cenoura (pesada crua)

1 c.sopa de stevia (ou outro adoçante)

4 ovos

4 c.sopa de farinha de aveia

Raspa e sumo de 1 laranja

1 c.chá de fermento em pó

1 c.chá de canela 

Preparo:

Cozer as cenouras e deixar arrefecer. Pré-aquecer o forno. Num liquidificador, colocar as cenouras, os ovos, o adoçante, o sumo e a raspa da laranja, triturar tudo. Numa taça, misturar a farinha, fermento e a canela. Envolver o preparado líquido e bater muito bem. Deite o preparado numa forma rectangular, forrada com papel vegetal. Cozer durante 25 minutos ( verificar a cozedura com um palito) Inverta a torta num pano e vá enrolando e descolando o papel vegetal.

 

A receita não é minha, só não vos posso dizer de onde a tirei porque não me recordo. É daquelas coisas, fez-se uma vez, gostou-se e manteve-se até ao dia de hoje.

 

 

21
Ago23

O Domingo teve nota: Excelente.

Carla

Bem... ! Tive um domingo tão bom e tão relaxado, que ainda estou meio zen...

A mana regressou de férias, e como tem sido hábito ao longo dos anos, há reunião para meter os assuntos em dia, almoçar em família. Que este começou por volta das dez horas e prolongou-se até perto da meia-noite. E por andar muito entretida, não houve tempo para posts e as visualizações ressentiram-se ... desceram a pique. Já entendi, isto é do tipo " quem não aparece, esquece" 😅 não é grave! Ele há assuntos mais importantes na vida. 

Começo por vos falar do tempo, 24° às dez da manhã e prometia aquecer até aos 30°. Enganaram-se como já é hábito, chegou aos 35°, sem vento, céu azul. Favorável para o dia começar com uma caminhada pela fresca na floresta, passear os cães e partilhar os assuntos quentes sobre as férias. Caminhada feita, seguiram-se uns mergulhos na piscina. Em dias de muito calor é fundamental hidratar bem. Os mergulhos foram acompanhados de um aperitivo, não me recordo o nome, que o meu cunhado aprendeu a fazer no casamento a que foram. Fresquinho, docinho, escorregou bem. 

Tenho andado com umas dorzitas musculares que vão desde a zona sul,  perto do colombo e seguem até ao norte, ombros. Alongada na chaise-longue ao sol, fui presentiada com uma bela de uma massagem, com oleo de lavanda, que ajudou a relaxar os músculos, acalmar o stress e me deixou leve, muito muito zen. Seguiu-se mais um aperitivo (o tal que não me lembro do nome) e uns mergulhos na piscina. 

Estava na hora de meter o carvão no grelhador, as acendalhas e atear o fogo, a carne já temperada no dia antes, estava pronta para começar a ser grelhada. As batatas cortadas aos palitos pronta para ser frita. O arroz em andamento. A alface, o tomate, o abacate e o queijo mozarella em ordem para a salada. Enquanto o almoço estava em andamento e o calor já apertava, deram-se mais uns mergulhos e bebeu-se mais um aperitivo (o mesmo). A mesa posta no alpendre, à sombra e à fresca. Eram umas 3h quando iniciámos a degustação do nosso belo banquete, acompanhado de um verdinho caseiro, vindo de Portugal, fresquinho.

Diz-se que as conversas são como as cerejas e assunto nunca nos falta, é bem certo. Assim como também nunca faltou momentos de diversão, gargalhadas e mergulhos na piscina, já regados a àgua porque havia carros para conduzir mais tarde e no dia seguinte, dia de regressar ao trabalho e ninguém, estava interessado em começar a semana ressacado. 

Às 22h andávamos ainda a banhos e a sobrinha mais velha, lembrou-se de ir fazer uma carbonara, que soube que nem ginjas, ainda que não tivéssemos fome.

Foi esta a tónica do Domingo passado em família. 

E o vosso Domingo? 

 

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