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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

01
Ago24

O motorista queria conversa e dei-lha.

Carla

Metade do caminho falou de como era bom conduzir o autocarro vazio, no período em que toda a malta abala, quando as firmas fecham na época das férias colectivas. Três semanas sem o stress do trânsito, nem das obras. Na outra metade do caminho queixou-se dos preços das casas no Luxemburgo e da casa a bom preço que tinha arranjado em França, pertinho da fronteira, não era um casarão, mas era uma boa casa. Tinha 2 quartos e quintal. Depois listou-me as desvantagens de viver na cidade do Luxemburgo, para os desgraçados que aqui moram. Depois revelou-me a renda que pagava, 1400 euros, já com a àgua e aquecimento incluído. E finalmente, revelou-me onde era a casa. Yutz. Não lhe gabei a sorte do achado.

Entre o "inferno" que é viver na cidade do Luxemburgo e viver em Yutz, venha o diabo e escolha.

14
Mai24

Uma pessoa vai comer fora poucas vezes e quando vai é com cada desilusão.

Carla

Quando cheguei ao burgo disseram-me para nunca trabalhar para portugueses, além de pagarem mal, têm a mania que são mais que os outros. Não me lembro como conheci a Té, nem como foi que fui trabalhar para casa dela. Mas desde o primeiro dia gostei deles, ouve ali um feeling qualquer que passou do patroa/empregada para uma relação de amizade. Quando a Té decidiu casar e ir morar para casa do marido, resolvi que não ia trabalhar mais para ela, a casa era longe e eu tinha e tenho como decisão, trabalhar na vila onde moro. Perder muito tempo em transportes públicos diariamente, é coisa fora dos meus planos desde o primeiro que pisei este país e assentei arraiais na vila do Luxemburgo. Mas continuámos amigas e volta e meia combinávamos e passavámos o fim-de-semana juntas num parque de campismo no norte, onde ela tinha um bungalow arrendado ao ano. O mais novo dela foi estudar para Lisboa, o marido reformou-se no ano antes, e a Té decidiu que era hora de regressar a Portugal. A vida dela agora passa poucas vezes pelo Luxemburgo, mas de vez em quando tem de cá vir em trabalho, e quando nos permite a ambas tomamos um café.

Hoje permitiu-nos ir almoçar e ver fotos do neto, do filho mais velho, que já vai fazer 5 anos e saber novidades do mais novo que no ano passado foi trabalhar para os Estados Unidos. Também ela ficou contente de saber novidades dos meus.

Quanto ao almoço... o que me calhou porque foi o que pedi.

O bacalhau estava insosso e esteve pouco tempo na brasa, a posta era alta e no meio estava cru. A pessoa que deu o murro nas batatas fê-lo com uma agressidade excessiva. As migas ... na minha terra levam couve, feijão-frade e broa, salteadas em azeite e alho. Couve, feijão-frade e creio que era bacon, de tão esturricado que estava dificultou-me a investigação. Deixei no prato. Não só as migas mas metade do bacalhau. Sobremesa nem ousei pedir. A meia jarra de vinho vinha surrada, mal encheu os dois copos. A espetada da Té tinha bom aspecto, cheirava bem e ela disse que estava muito boa. A carne era tenrinha e suculenta. O arroz de feijão malandrinho, ótimo para ir molhando o pão enquanto o ia comendo.

Se a vida é feita de escolhas, hoje a escolha que fiz não foi a acertada.

02
Mai24

Onde pára a polícia

Carla

Se isto fosse uma pergunta responderia que parou toda à porta do meu prédio.

Com uma insistência enervante sou acordada pelo som da campainha, olho pelas frestas do estore e vejo que ainda é de noite, viro-me para o lado e ignoro. Breves minutos após toca de novo, olho para o telemóvel, meia noite e cinquenta, pensei no vizinho do 2° esquerdo, que tem a mania de me tocar à campainha quando chega de madrugada, bêbado, e não encontra a chave. Chamei-lhe todos os nomes e mais alguns, enterrei a cabeça na almofada, puxei o edredon para cima, decidida a fechar os olhos e voltar a adormecer.  Mas nisto ouvi alguém, com uma violência brutal, tentar abrir a porta da entrada e ouço um movimento fora do normal para aquela hora da noite nas escadas, levanto-me para cuscar através do olho da porta do apartamento, e vejo esse vizinho do 2° de roupão a descer as escadas, acompanhado com o do 3° andar de boxers e o do 4° andar de pijama. Raios! Que se passa no 22?  Abro a porta e pergunto-lhes,  respondem-me que não sabem, mas as campainhas não param de tocar. Descemos juntos até à entrada, não fosse algum toxicodependente estar a fazer todo aquele basqueiro e a tentar arrombar a porta.

No momento em que chegámos à entrada, alguém abriu a porta do prédio e eles entraram de ropante de lanternas acesas, uns desceram até às caves outros subiram até ao 5° andar, outros ficaram parados na entrada, outros tantos vigiavam a rua no inicio e no fim e seis carros de policia com as luzes ligadas estacionados em frente do prédio ... e nós os 4 ali parados de boca aberta, sem fazer a mais pálida ideia do que estava a acontecer e o porquê de todo aquele aparato policial. Até que um se dirigiu a nós e nos mandou regressar aos apartamentos, mas antes explicou-nos que o alarme do restaurante foi acionado e eles receberam uma chamada da empresa de segurança para se dirigirem ao local e ver o que se passava.

A ver pela quantidade de agentes, creio que a noite estava calma e eles entediados desejosos de um pouco de ação. 

Voltar a pregar olho é que foi uma merda!

Foi este o assunto do dia hoje no 22.

08
Abr24

Uma noite de lua cheia, no dia de hoje mas no ano de vinte vinte

Carla

Fui ver a lua.

Fui ver a lua porque o mainovo me pediu para ir ver a lua. Pediu-me também que a fotografasse, porque da casa dele não se via muito bem.

 E lá fui eu... ver e fotografar a lua.

A meio do caminho, reparei que andava de pantufas e calças de pijama, no meio da cidade do Luxemburgo, à procura do melhor local, com pouca luz, para ver e fotografar a lua.

"Só espero não me cruzar com ninguém", pensei. 

Mas cruzei! 

Os vizinhos também decidiram ir ver a lua.

E parar para trocar dois dedinhos de conversa... Respeitámos as distâncias que o covid exige, claro! 

O que foi pior, pois tinham uma visão global da minha triste figura. Pantufas e calças de pijama...

 "depois queres encontrar gajo" ( isto sou eu a reflectir agora)

Ia tão distraída a olhar para o céu, concentrada nos meus próprios pensamentos, extasiada com a beleza e magnificência da lua, que não vi de onde surgiu aquela fera diabólica que perturbado com a minha presença, ladrou-me assustadoramente. 

Apavorei-me! 

Sobressaltei-me de tal forma que gritei horrorizada.

O cão, que é estrangeiro, ficou meio baralhado, perturbado quiça por não perceber nada do que estava a acontecer, pôs-se a correr alarmado, meio a ladrar meio a ganir. E eu, a correr a seu lado, amedontrada e aos gritos, foda-se! Foda-se!! Foda-se!!!

Entretanto alguém o chamou, ele (cão) virou à esquerda e eu segui pela direita, esbaforida, com os bofes a sair pela boca e o coração a saltar do peito.

Mas... fotografei a lua e mandei a foto ao miudo, que me agradeceu reclamando que estava escura! 

E rematou dizendo, " não se vê nada!"

 

Obrigado! Para a próxima tiras tu!

 

( memórias... não fosse o facebook nem me lembrava disto 😅)

05
Abr24

Ao fim de três dias todo o hóspede enjoa.

Carla

 

Minha querida amiga Tendinite,

Tu que tens um nome giro que se farta, podias ter sido nome de perfume, de flor, de uma pedra preciosa, de mil e uma coisa, mas não! Resolveste dar o teu gracioso nome a uma inflamação de um tendão.

No fundo, até te consigo suportar e tolerar quando dormes, és uma companhia simpática quando não sinto a tua presença, mas ... Porque despertaste? Saudades do jeitoso do fisioterapeuta? Tem juízo rapariga, dá-me descanso! Deixa-me realizar sem dificuldades as tarefas simples do dia-a-dia.

Ou então, vai-te!

Nunca ninguém te disse, que ao fim de três dias todo o hóspede incomoda? Eu não te convidei para minha casa, fizeste-te convidada, chegaste sem avisar, foste ficando e ocupando espaço, olha... e mais te digo, a tua presença, começa a atrapalhar-me e bastante, a vida! 

25
Jan24

À espera ...

Carla

Quinta-feira. Sete e cinquenta da manhã, eu com a janela aberta à espera que o cenário desenvolva as suas potencialidades ...

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Acredito no que vejo? Sim. Faço fé que será duradouro? Não. E porquê? Porque a minha intuição ensinou-me a desconfiar das aparências. E logo de manhãzinha encontro-me no meio de um turbilhão de pensamentos, onde questões profundas se colocam, o que vestir? O que calçar? São questões simples mas ao mesmo tempo tão complexas ... 

A minha intuição estava certa em vestir o casaco comprimido e calçar as botas, disse-me também para me fazer acompanhar de um guarda chuva, que habitualmente a partir do meio dia ou carrega ou alivia. 

E carregou...  como se não houvesse amanhã.

31
Ago23

Tenham filhos, melhora a autoestima.

Carla

Andava eu entretida a cuidar da beleza e o mainovo entra em casa.

- que é isso que tens na cara?

- é uma máscara hidratante.

- e  tá dentro da validade? É que tem uma cor horrivel. Pior que a outra verde! 

- é feita com produtos que temos em casa. Gema de ovo, azeite, mel, farinha de grão de bico e café. Vi na net.

-  serve para quê?

- opá... é uma máscara de beleza que serve para atenuar as rugas.

- isso já nem com máscaras lá vai! Só espero que isso saía bem e não fiques dessa cor.... horrível! 

Bahhhhh.... homens!

23
Ago23

Há meninas que não foram feitas para passear em centros comerciais.

Carla

A mana faz 50 anos no final de Setembro e como sabia que hoje, só entro ao serviço às 18h, convidou-me para ir tomar o pequeno almoço com ela e acompanha-la na escolha de um vestido para a acasião.  Fomos a um centro comercial em Bertrange, porque ela queria ir a uma loja, onde só entrei uma vez em tantos anos no Burgo. Não porque a loja não tenha coisas giras, tem, não são é para a minha carteira. E como não sou fã de passear em centros comerciais, não me perco por lá.

Basicamente essa loja é um enorme centro comercial, dentro de outro centro comercial. Tem uma entrada enorme, toda a loja é envidraçada, uns vidros dão para o interior do outro centro comercial, outros para a rua. Os expositores de roupa, de várias marcas e estilistas seguem-se uns aos outros e tu andas numa passadeira vermelha. Durante o "passeio" podes ir comendo uns "amuse-bouche" ou bebendo umas coisitas que te vão oferecendo.

E lá andava eu entretida nesta dura tarefa, que é escolher um modelito para uma ocasião especial, quando dou pela falta da minha irmã. Volto para trás e não a vejo, sigo para a frente, nada. Nem a esquerda, nem à direita. Ela telefona-me a perguntar onde estava, a pergunta era de resposta fácil se eu soubesse onde estava. Pego num vestido do expositor, simplesmente para ver a marca e lhe dar as coordenadas da minha posição. Abre parêntesis, quem é que compra um vestido tipo camisa de noite, na módica quantia de 250€???? Fecha parêntesis. A mana manda-me virar para a direita para ir ter com ela. Sigo o caminho, quando a vejo sentada, já fora desta loja, mas ainda dentro do centro comercial. Sigo as janelas, sem nunca a perder de vista, mas também sem encontrar a porta para sair. Volto para trás, e de frente para ela, bato no vidro para que me veja e ligo-lhe, já possuída e cansada de tanto andar, para lhe perguntar como é que saía dali de dentro e a burra desata a rir às gargalhadas e responde-me "por onde entraste" ... "olha, se fosses mazé à merda! " 

Como não queria que ninguém percebesse que a tótó andava perdida, prestes a começar a hiperventilar e a um passo de entrar em pânico, continuei a desfilar graciosamente na passadeira vermelha, a admirar as colecções, até que a abestalhada da minha irmã, decidiu entrar na loja e resgatar-me de uma cena que não estava a ter piada nenhuma... pelo menos para mim, porque ela não parou de rir. E no fim sou informada que compra depois na net ...

Mas ... A fashion-blogger que há em mim, informa que este inverno os tons pêssego, vermelho escuro, laranja, roxo e o verde alface, vão usar-se bastante. Espero ter contribuido a vocês, que por aqui passam diariamente e ainda  àqueles que aqui caem de paraquedas por engano, para que andem na moda!

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