Se tivesse um buraco, enfiava-me!
7.20 da manhã e já eu descia a rua para me dirigir à paragem do autocarro Gare Rocade, ao longe avisto um grupo de pessoas, paradas perto da porta do elevador que dá acesso à passadeira pedonal, que passa por cima da estação de comboios. Uma dessas pessoas, um homem não me era de todo desconhecido e à medida que me ia aproximando, mais certeza tinha que era ele e mais me questionava o que estaria ali a fazer àquela hora da manhã. A porta do elevador abre e as pessoas arrendam-se para o lado para dar passagem a quem vai sair e, tranquilamente começam a entrar no elevador. O homem agora virado de costas ficou no fim da fila e aguardava a sua vez de entrar. Nestes entretantos, o semáforo para peões fica verde e eu acelero o passo com o intuito de o comprimentar. Acerco me dele, prego-lhe uma palmadinha tipo palmada, daquelas que tenho por hábito lhe dar, nas costas, e de sorriso de orelha a orelha solto um sonoro "bom dia Ramiro". O homem vira-se, dá-me o bom dia, ri com vontade de rir e informa-me que não se chama Ramiro.
Se tivesse um buraco, enfiava-me.
Esta merda de ver mal ao longe, ainda me vai trazer graves problemas!