Eu tenho dois amores.
Numa pequena sala, num ambiente tranquilo, jantava um casal visivelmente apaixonado, trocavam confidências em voz baixa, olhares e beijos apaixonados. Alheios à festa de aniversário que se realizava na sala maior. De vez em quando um grupo de amigas, perturbava a cumplicidade do casal, entrando no espaço para fumar um cigarro.
Depois do jantar o casal saíu de braço dado, regressando o homem sozinho ao restaurante minutos depois.
Já não entrou na pequena sala, juntou-se à festa, ficando ao balcão do bar perto da porta da entrada.
O seu olhar várias vezes se dirigiu à porta, como se aguardasse pelo regresso da amada.
Nisto, entra uma senhora, dirige-se ao homem, e ele comprimenta-a com um beijo quente, com paixão, com a mesma intensidade daqueles que, momentos antes tinha estado a trocar, com a mulher com quem tinha acabado de jantar.
"Meu coração continua
Sem saber o que fazer
É melhor amar as duas
Sem uma doutra saber
Que este encanto não se acabe
E eu já pensei tanta vez
Pois enquanto ninguém sabe
Somos felizes os três"
Tive pena do cachopo...