Dia da mãe
A minha mãe sempre foi uma lutadora.
Lutou muitas guerras sozinha desde pequena, primeiro para ajudar a mãe, viúva com três filhos e mais tarde para alimentar os filhos, em tempos muito difíceis e complicados a D. Céu nunca nos deixou faltar nada, incluído educação e respeito. A durona da casa nunca foi mulher de desistir ou baixar os braços, com os contratempos da vida. A minha mãe era uma mulher incansável, no trabalho dentro e fora de casa, na organização do lar, na orientação do nosso dia a dia, ela conseguia ainda arranjar tempo para nos vigiar os estudos e acompanhar na escola. Só ao domingo ao fim do dia é que ela se sentava no sofá, com uma chávena de chá e uma fatia de bolo. Ao domingo havia sempre bolo (ainda hoje há!).
Nunca a ouvi dizer que estava cansada, doente, ou que não tinha tempo para nós, porque tudo o que ela fazia ( e faz) é por amor.
Eu fui a sua filha rebelde, a respondona, a que fazia confusão, a que criava atritos. A nossa relação nem sempre foi a melhor, mas a minha mãe, (apesar de eu ser uma verdadeira parva volta e meia e dar-lhe tantas dores de cabeça), teve sempre a palavra acertada ou a lambada dada na hora certa (e foram muitas...) para me fazer baixar a crista.
No fundo com ela sempre foi tudo na hora certa, as lambadas, os ralhetes, os castigos os beijos e abraços.
Por tudo que passaste sem quereres.
Por tudo que disseste só com o olhar.
Por me teres dado tudo o que precisei para desbravar a vida e criar o meu caminho.
Obrigada.