As minhas plantas dão-me com cada preocupação...
A minha mai-velha quando abalou de mala e cuia, sim, porque isto de quem casa quer casa, deixou-me de herança uma suculenta mais murcha que os dedos quando estão muito tempo na água, com meia dúzia de folhitas tristes e cansadas a precisarem de alento. Eu como boa samaritana acolhi a planta e prestei-lhe todos os cuidados, facutei-lhe bem estar, apoio psicológico e emocional, falei com ela todos os dias, até música lhe dei.
Dei-lhe um vaso novo com terra fresquinha e àgua gota à gota porque me disseram que não podia pôr muita àgua de uma só vez, que elas, suculentas, não gostam.
Ora de tão bem tratada que foi, a planta cresceu, tornou-se vistosa de folhas carnudas e juntas festejavamos o aparecimento de novos rebentos, como quem festeja quando sabe que alguém da família está grávida.
Agora, não sei o que se passa, que dor na alma é esta que a atormenta e que a entristece. Primeiro as folhas foram caíndo uma a uma, agora é o caule que apodrece e caí. Sinto-a a secar, a desistir da existência, a perder o brilho.
Não sei o que faça...