Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

10
Jan25

Apontamentos da vida no autocarro

Carla

Às vezes entretenho-me a olhar a vida quando vou sentada no autocarro. O 23 vai lotado, coisa pouco habitual num autocarro que tem como rota a parte velha da cidade. O único lugar sentado é à frente, de costas para o motorista, o que me dá uma visão global de todas as pessoas que comigo partilham o mesmo transporte

Aqui deixo alguns desses apontamentos:

O condutor do autocarro tinha já fechado as porta e arrancado quando a senhora o abordou, parou no semáforo que estava vermelho, abriu a porta e deixou-a sair. Ela seguiu na direção oposta à do autocarro. Deve querer apanhar o 29 e devia ter saído na paragem onde eu entrei.

Para que conste: vou no autocarro conduzido pelo motorista mais simpático do Luxemburgo.

O menino com o equipamento de futebol vestido e as chuteiras presas à mochila, vai apreensivo. Assim q entrou ficou parado no meio do autocarro, perto da porta por onde entrou, de olhos fixos na vidro da frente e o dedinho perto do botão que sinaliza ao motorista que queremos sair. Estreou-se à pouco tempo nestas andanças de apanhar o transporte para a escola sozinho, a mãe não o informou ou ele esqueceu quantas paragens são até ao destino e assim que o autocarro segue ele toca no botão para sair. O motorista topou e disse-lhe que o avisava quando fosse a certa, ele sorriu, mas ainda vai inquieto.

Na rue de Tréves o trânsito só é permitido a autocarros. Como a estrada é muito estreita aquele troço é controlado por semáforos. Mas em calhando dois autocarros se cruzarem onde a estrada alarga um bocado, o autocarro que desce encosta-se bem à direita e dá prioridade ao autocarro que sobe. E assim aconteceu, outro aguadava a nossa passagem, mas o motorista que conduzia o "meu" também parou, saiu e foi abraçar a senhora sentada ao volante do outro veículo. Entrou logo de seguida, pediu desculpa e disse que era a mãe. Mãe é mãe e merece ser abraçada em qualquer oportunidade. 

O casal sentado à minha frente, colegas de trabalho, prossegue a viagem a falar do mesmo assunto, trabalho. Os quatro homens sentados no banco do outro lado do corredor, debatem um assunto qualquer com bastante entusiasmo. A geração cabisbaixa, continua de cabeça baixa, de olhos postos no visor do telemóvel, onde a vida tem mais graça. 

O motorista prometeu e cumpriu, avisou o menino que era aquela a paragem dele. Um grande número de pessoas saiu uma paragem depois. Os restantes na seguinte. No autocarro fiquei eu e outra senhora sentada ao fundo. Dois homens entraram nessa paragem, ficaram em pé no lugar reservado a carrinhos de bebé, cadeiras de rodas e bicicletas, a conversa vinha animada da rua, só lhe apanhei "acariciei-lhe o cabelo, massagei-lhe as costas e levei-a para minha casa "... detesto quando tenho de sair do autocarro e deixo conversas a meio! 

 

Preparem-se que daqui a umas horas estarei de novo no autocarro.

8 comentários

Comentar post

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub