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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

15
Jan24

Gentileza gera gentileza.

Carla

Esta noite nevou como estava previsto, assim que regressei de Metz, já a noite ia alta, espalhei sal no passeio, fui à cave buscar a pá e encher de novo o balde com sal, sabia que ia ter de o utilizar no dia seguinte logo de manhã, antes de ir para o trabalho. É da nossa obrigação, assim diz a lei, limpar os passeios em frente das casas. Mesmo que não fosse de lei, devia ser da consciência de cada pessoa. Eu, assim como não gosto de escorregar em passeios com neve, também não gostaria que ninguém caísse e se magoasse no "meu passeio".

Acordei 15 minutos mais cedo da hora habitual, abri a persiana do quarto e de facto tinha nevado, tudo estava branquinho,  quase não havia trânsito de carros nem de pessoas, mas ouviam-se já as pás a raspar no chão. Vesti um fato de treino, calcei as botas, casaco e luvas, agarrei na pá e no balde com sal e desci à rua. Ao sair a porta do prédio, o passeio em frente da entrada, estava já completamente limpo de neve e tinha já sal espalhado. Dou a volta ao prédio e lá andava ele, entretido, o meu vizinho do prédio do lado. Além de limpar o que lhe competia, limpou também aquilo que me competia a mim fazer. 

Quando me viu, sorriu. " bom dia vizinha! Espero não a ter acordado, deixe estar que hoje o passeio está por minha conta" e riu

Ele e a esposa são já pessoas de idade, a mim não me custa nada limpar os 2 ou 3 metros de calçada em frente da casa dele, que faço com gosto, até porque neve na quantidade que havia hoje de manhã é raro, conta-se pelos dedos de uma mão os dias em que neva assim.

Hoje o senhor retribuiu a gentileza. 

Ficou combinado que no próximo nevão o assunto sou eu que resolvo.

 

 

30
Dez23

Prestes a chegar ao fim.

Carla

Um ano traz-nos coisas boas, coisas menos boas, nunca é só bom ou mau, mas o que interessa é que, entre o bom e o menos bom, o saldo seja positivo. Nunca sei dizer se foi, um ano bom ou menos bom, sei que, foi um ano  preenchido de momentos felizes. Os outros, os menos bons... já os esqueci. 

Posto isto, aproveitei o último sábado deste ano, para terminar aquele que foi, o último desafio de 2023 (porque no dia da caminhada esta senhora baldou-se). 

Então hoje de manhã lá foi ela, dar a volta ao lago de Esch-sûr-sure, e acrescentei mais um momento feliz, a tantos outros vividos este ano.

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Este capítulo está encerrado. Venha de lá esse ano novinho em folha, com 366 páginas em branco a serem preenchidas. Que seja um ano, repleto de tudo o que há de mais lindo neste mundo. 

Sejamos então felizes, plenos de vida e de alegria.

Um brinde a 2023 🥂

Um brinde a 2024 🥂

 

06
Dez23

Hoje pela primeira vez ...

Carla

... desejei um Feliz Natal! ...esta não sou eu. Ainda falta tanto tempo para o Natal, e eu já comecei a desejar Joyeux Nöel ! Mas pronto, há uma justificação, não é todos os dias que viajamos no mesmo autocarro com o Saint Nicolas e o  Houseker.

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Sempre sabe melhor receber um doce do Saint Nicolas,  que um pedaço de madeira do Houseker, que é aquilo que as crianças  recebem por se portarem mal.

 

Hoje, é dia de Saint Nicolas, santo padroeiro e protector das crianças, é um dia muito importante nesta quadra natalícia. Os alunos das escolas básicas não têm aulas e  aguardam com expectativa a chegada do "De Kleeschen"  (é como se chama por cá), que lhes oferece doces. Infelizmente ele faz-se sempre acompanhar pelo "Houseker", uma personagem sinistra, toda vestida de preto, que carrega um grande saco preto, o papel dele é deixar galhos de madeira às crianças que se portaram mal ou foram desobedientes.

Em casa: desde o dia 1 de dezembro, que os chinelos foram colocados à porta do quarto, à espera do "De Kleeschen", que passa durante a madrugada do dia 6, deixando doces, maças, nozes, e pão de especiarias. As desobedientes e mal comportadas, terão de pensar bem naquilo que andam a fazer...

Feliz dia de Saint Nicolas para todos!

 

 

03
Dez23

Hoje começaram as visitas natalícias.

Carla

 

Aqui no meu Burgo é assim. E todos os anos se repete. Um dia com os amigos, outro dia com a família. E volta-se de novo com os amigos, e também com a familia e amigos da família, que trazem outros amigos.

Está aberta a época de visitar o mercado de Natal, e o que aquece mesmo nestas noites frias, é o glühwäin. Este é uma delicia dos deuses. Leva também rhum e um torrão de açucar e especiarias, que depois de arder dá um toque especial ao vinho quente. E para o álcool não subir à cabeça, comam uma grillwurscht, ou uma mettwurst, ou as gromperekichelcher que são uns pastéis de batata fritos.

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Neste momento estou com uma caneca na mão a beber pela nossa amizade e a trincar um bretzel, e brindo aos amigos, ao Natal, e a nós que neste preciso momento estamos aqui. 

 

Resposta ao desafio do José da Xã

https://ladosab.blogs.sapo.pt/desafio-de-natal-1647528

 

 

02
Dez23

Encontro intercultural

Carla

O Luxemburgo é isto, pessoas de várias nacionalidades que vivem em harmonia, bem integradas no país que as acolheu, e que gostam de partilhar o que de bom têm nos seus países de origem. 

Ontem fui ver o MusiqCITE, que é um encontro intercultural, musical e gastronómico. Dancei ao som dos 4 continentes. De olhos fechados passeei pelas ruas de Paris, enquanto o jazz e os blues me levaram até Nova Orleans dos anos 20 e 30, dancei numa praia em Cabo Verde, sambei... e nisto os ritmos Berberes e a sua boa disposição, levantaram a plateia da cadeira e levaram-nos para o palco. Cantei e vivi grandes momentos com músicas do mundo. Depois foi o festim para as papilas gustativas, com tanto que havia para saborear, do que de melhor a gastronomia desses países tem para nos oferecer,  regado com aquilo que as vinhas do Luxemburgo produzem. Foi uma noite que me levou a descobrir e ao deslumbre. 

Vim de lá encantada mas também desiludida.

Encantada com aquilo que o mundo me ofereceu e desiludida com aquilo que Portugal ofereceu ao mundo.

Um stand gastronómico miserável. Sendo que somos um país com uma riquíssima gastronomia, o nosso stand deu a conhecer ao mundo, pastéis de bacalhau, rissois e pastéis de nata, numa quantidade tão reduzida que não chegou a todos. Um stand sem aquilo que é tão nosso, a alegria, o sorriso, a simpatia. 

A associação "CASA" e o seu comendador, que diz ser o representante todos os portugueses emigrados no Luxemburgo, terão de repensar melhor futuras participações em eventos como este, onde nos dá a conhecer ao mundo.

Porque Portugal é muito mais que pastéis de bacalhau, rissois e pastéis de nata!

Já a nossa querida Amália cantava:

"Numa casa portuguesa fica bemPão e vinho sobre a mesaE se à porta humildemente bate alguémSenta-se à mesa com a genteFica bem essa franqueza fica bemQue o povo nunca a desmenteA alegria da pobrezaEstá nesta grande riquezaDe dar e ficar contente"

 

 

 

 

 

27
Nov23

Batem leve, levemente ...

Carla

 

 

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Balada de Neve

 

Batem leve, levemente,

como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

e a chuva não bate assim.

 

É talvez a ventania:

mas há pouco, há poucochinho,

nem uma agulha bulia

na quieta melancolia

dos pinheiros do caminho…

 

Quem bate, assim, levemente,

com tão estranha leveza,

que mal se ouve, mal se sente?

Não é chuva, nem é gente,

nem é vento com certeza.

 

Fui ver. A neve caía

do azul cinzento do céu,

branca e leve, branca e fria…

Há quanto tempo a não via!

E que saudades, Deus meu!

 

Olho-a através da vidraça.

Pôs tudo da cor do linho.

Passa gente e, quando passa,

os passos imprime e traça

na brancura do caminho…

 

Fico olhando esses sinais

da pobre gente que avança,

e noto, por entre os mais,

os traços miniaturais

duns pezitos de criança…

 

E descalcinhos, doridos…

a neve deixa inda vê-los,

primeiro, bem definidos,

depois, em sulcos compridos,

porque não podia erguê-los!…

 

Que quem já é pecador

sofra tormentos, enfim!

Mas as crianças, Senhor,

porque lhes dais tanta dor?!…

Porque padecem assim?!…

 

E uma infinita tristeza,

uma funda turbação

entra em mim, fica em mim presa.

Cai neve na Natureza

e cai no meu coração.

 

Augusto Gil

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