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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

21
Jan25

O enigma da cueca desaparecida

Carla

Quando a vizinha de cima me ligou a dizer que tinha caído uma "peça de roupa" na minha varanda, veio-me logo à caximónia a seguinte questão, quem é que se lembra de estender roupa no estendal da rua com temperatura negativa e esta humidade? A roupa não seca, fica tesa, mas cada doido com a sua pancada. Claro que lhe disse, que quando chegasse a casa, deixava-lhe a peça de roupa à porta. Mas quando cheguei, verifiquei que na minha varanda não tinha caído nada, muito solícita, prontifiquei-me de imediato a ir ao terraço, não fosse a dita peça andar por lá, mas no terraço também não estava. Liguei-lhe a informar da situação e comuniquei-lhe que, o mais certo era ter caído na varanda do restaurante, e que ia lá perguntar. Ao que ela me respondeu com uma recusa, e que não valia a pena, que não me incomodasse...era umas cuecas e que depois tratava disso. Mas eu insisti e desci ao restaurante decidida a saber do paradeiro das cuecas da moça. De facto tinham caído na varanda deles, mas já não se encontravam por lá. A empregada de limpeza tinha as colocado de manhã quando chegou na entrada, nos degraus ao lado do elevador. Ora ... eu já tinha subido e descido aqueles degraus quatro vezes. A primeira vez quando subi para casa, a segunda vez quando desci ao terraço, a terceira vez quando voltei a subir para voltar para casa, e a quarta vez nesse preciso momento em que desci, para ir ao restaurante e cueca nem vê-la por lá deixada. Mandei mensagem à vizinha para encerrar as buscas, porque a cueca tinha desaparecido para sempre, (convenhamos... não ia agora tocar à porta de todos os vizinhos à procura das cuecas desaparecidas) ao que ela me respondeu com uma voz tristinha... obrigada.

Já esticada no sofá, lembrei-me que tinha de ir dar um recado ao jovem do quinto andar, mas desta vez não iria pelas escadas, e chamei o elevador. E lá estava ela! Uma cueca preta rendada presa no suporte por baixo do espelho, que deve ter andado toda a manhã a passear de elevador pra cima e pra baixo! Peguei na cueca, meti no bolso, dei o recado ao jovem, desci para casa, meti a cueca num saco e pendurei na maçaneta da porta dela de casa. Assunto encerrado.

Agora, tenho uma dúvida... será que a moça recuperou a cueca? É que não me disse mais nada...

19
Jan25

Manhãs de domingo

Carla

No meu imaginário de inverno, as manhãs de domingo são quietas e distraída do mundo. As janelas entre abertas permitem a entrada do ar fresco matinal e fecham-se após este estar renovado. E o silêncio perdura.

Mas a realidade levantou-se bem mais cedo do que eu, e alguém decidiu aproveitar o domingo, a manhã de inverno, para infernizar o silêncio com o barulho agressivo um corta-relvas....

17
Jan25

1.949

Carla

A estatística é uma arte de precisão. Tenho aqui a informação que, ao todo, ontem, ao longo do dia, 1.949 pessoas visualizaram esta casa, e, dessas, 748 chegaram mesmo a visitá-la, numa época em que poucas ou, pouquíssimas palavras aqui têm sido debitadas. Aconteceu que dia após dia, mês após mês, saltei a semana, mas não faz mal, esta falta de assunto, apesar do muito foclore que à nossa volta vai desfilando, logo, assuntos é o que não falta, mas são tão sérios, que... não, obrigada!!!... levou-me a deixar registo sobre o dia em que, nesta vastidão que é a blogoesfera, os americanos descobriram este blog e se deliciaram a lê-lo desde os primórdios da sua criação. 

Agora que isto saltou prás luzes da ribalta com esta internacionalização, deixo-vos uma informação que pode ser útil, descobri hoje de manhã que, a cerveja preta é excelente para hidratar o cabelo e a pele e uma excelente fonte de energia, daí que... aproveitem o fim-de-semana e porque não um banho de cerveja preta para aproveitar as vitaminas presentes na sua composição?

 

 

13
Jan25

Um flagelo chamado frio!

Carla

Como se levantar da cama não fosse já uma tortura, ainda temos de escolher a roupa. E escolher roupa no Inverno não é o mesmo que escolher roupa no Verão!

- Esta t'shirt fica mesmo bem com estes jeans! E enfias uns ténis e tá andar! 

- Esta blusinha fica maravilhosa com estes calções e enfias uns chinelos e tá andar!

No Inverno... quando as temperaturas estão abaixo de zero a coisa complica-se... porque estás-te nas tintas se aquela camisola com interior polar combina com aquelas calças, se a camisola de malha de gola alta combina com a camisola interior, e que, por sua vez aquela malhinha de gola alta combine com o camisolão de malha grossa que vestes por cima, e finalmente, que tudo isto combine com o casaco de pêlo impermeável que te chega quase aos tornozelos. Não esquecendo que o pescoço vai aconchegado dentro de um cachecol, que também te estás borrifar se combina ou não com tudo o que vestistes por dentro, a única preocupação é que o cachecol faça "match" com o casaco impermeável para não pareceres muito mal.

Basicamente os espasmos musculares que estás a ter derivado ao frio, sobem também  a nivel intelectual e tu só pensas...

- Que safôda! Veste essa merda toda!!

 

10
Jan25

Apontamentos da vida no autocarro

Carla

Às vezes entretenho-me a olhar a vida quando vou sentada no autocarro. O 23 vai lotado, coisa pouco habitual num autocarro que tem como rota a parte velha da cidade. O único lugar sentado é à frente, de costas para o motorista, o que me dá uma visão global de todas as pessoas que comigo partilham o mesmo transporte

Aqui deixo alguns desses apontamentos:

O condutor do autocarro tinha já fechado as porta e arrancado quando a senhora o abordou, parou no semáforo que estava vermelho, abriu a porta e deixou-a sair. Ela seguiu na direção oposta à do autocarro. Deve querer apanhar o 29 e devia ter saído na paragem onde eu entrei.

Para que conste: vou no autocarro conduzido pelo motorista mais simpático do Luxemburgo.

O menino com o equipamento de futebol vestido e as chuteiras presas à mochila, vai apreensivo. Assim q entrou ficou parado no meio do autocarro, perto da porta por onde entrou, de olhos fixos na vidro da frente e o dedinho perto do botão que sinaliza ao motorista que queremos sair. Estreou-se há pouco tempo nestas andanças de apanhar o transporte para a escola sozinho, a mãe não o informou ou ele esqueceu quantas paragens são até ao destino e assim que o autocarro segue ele toca no botão para sair. O motorista topou e disse-lhe que o avisava quando fosse a certa, ele sorriu, mas ainda vai inquieto.

Na rue de Tréves o trânsito só é permitido a autocarros. Como a estrada é muito estreita aquele troço é controlado por semáforos. Mas em calhando dois autocarros se cruzarem onde a estrada alarga um bocado, o autocarro que desce encosta-se bem à direita e dá prioridade ao autocarro que sobe. E assim aconteceu, outro aguadava a nossa passagem, mas o motorista que conduzia o "meu" também parou, saiu e foi abraçar a senhora sentada ao volante do outro veículo. Entrou logo de seguida, pediu desculpa e disse que era a mãe. Mãe é mãe e merece ser abraçada em qualquer oportunidade. 

O casal sentado à minha frente, colegas de trabalho, prossegue a viagem a falar do mesmo assunto, trabalho. Os quatro homens sentados no banco do outro lado do corredor, debatem um assunto qualquer com bastante entusiasmo. A geração cabisbaixa, continua de cabeça baixa, de olhos postos no visor do telemóvel, onde a vida tem mais graça. 

O motorista prometeu e cumpriu, avisou o menino que era aquela a paragem dele. Um grande número de pessoas saiu uma paragem depois. Os restantes na seguinte. No autocarro fiquei eu e outra senhora sentada ao fundo. Dois homens entraram nessa paragem, ficaram em pé no lugar reservado a carrinhos de bebé, cadeiras de rodas e bicicletas, a conversa vinha animada da rua, só lhe apanhei "acariciei-lhe o cabelo, massagei-lhe as costas e levei-a para minha casa "... detesto quando tenho de sair do autocarro e deixo conversas a meio! 

 

Preparem-se que daqui a umas horas estarei de novo no autocarro.

05
Jan25

Estou pr'aqui toda empanada.

Carla

Depois de tanto tempo de preguiceira aguda, voltei às caminhadas a sério. Gente o que eu subi, o que eu desci, o que eu caminhei em cima de neve, gelo, a quantidade de desvios que fiz para não escorregar nas possas de àguas congeladas, foi coisa pra me deixar pr'aqui toda empandada. Doi-me as pernas, parece que pesam 50 kg cada uma, coitadas. Doi-me a zona do cúlombo, por ter escorregado e me ter esbardalhado toda ao comprido. Acontece... só não acontece a quem fica sossegado e em casa.

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Fica o registo fotográfico, porque este blog também serve para partilhar fotos de momentos de silêncio e tranquilidade que me fazem bem à alma.

Bom domingo

 

03
Jan25

Procuro e não te encontro, ou então, não quero encontrar-te.

Carla

Hoje de manhã encontrei um antigo vizinho, morava mais ou menos a meio da rua, onde aluguei o primeiro apartamento quando cheguei ao Luxemburgo. É rapaz pra minha idade e na época, morava com a mãe e vivia de rendimentos. Não dos rendimentos que antigamente se iam buscar ao banco,  das contas poupança que davam juros, isto no antigamente, porque agora os juros não dão nem para pagar as despesas de manutenção de conta. Ele vive a vida com outro tipo de rendimentos, daqueles que se vão buscar à segurança social. Mas, sempre andou à procura de trabalho e todos os dias saía e saí de casa para o procurar. Opa... mas o trabalho deve estar tão bem escondido que ele não o encontra. E anda por aí às voltas e às voltas... e fica com aquela cara de quem não tem sorte nenhuma, porque procura em todos os sítios e não há forma de ele aparecer, quando lhe pergunto: "Novidades?"

Tem tido propostas mas é sempre "muito dificil", "complicado" ou "cansativo".

Num, era ajudante de electricista e passava o dia todo a aparafusar fichas nas paredes... "cansativo".

No aeroporto, "complicado" tinha de acordar muito cedo.

A conduzir a carrinha do pessoal na empresa de construção "muito difícil, sofro das costas, não posso estar muito tempo sentado".

Nas firmas de limpeza... "credo! Eu tenho curso, sabes?" E desenrolou a língua para numerar os cursos que tirou. Mas que nunca exerceu. 

Isto de não nascer com o cú virado pro sol, realmente, não traz sorte nenhuma!

E anda esta criatura uma vida inteira nisto. O trabalho que tem tido a procurar trabalho, não seria melhor começar a procurar emprego?

Admiro lhe a persistência e elogio-lhe a determinação em fazer daqueles que trabalham, otários!

 

 

 

 

 

02
Jan25

Prometo e não cumpro, mas opa, lá virá o dia...

Carla

A chegada do novo ano celebra-se com passas e champanhe. Doze passas, doze promessas, mas o que prometo em dez minutos, depressa é esquecido. Promessas essas, quase sempre as mesmas ano após ano, feitas com a  certeza que as iria cumprir. Mas... 

Este ano, à semelhança do ano passado, meti as doze passas na boca, empurrei com um copo de champanhe, e a minha única resolução foi ser feliz, acompanhada pelo mesmo pensamento de 2024, que se foda o que esperam de mim. 

E... siga pra bingo! 

Mas se houver... uma pessoa que prometa e cumpra que se declare honrada. 

Bom Ano Novo para todos!

 

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