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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

31
Jul24

Daqui a uns dias ...

Carla

Desafios são desafios.

São mais do que a ansiedade da preparação e do dia que se aproxima. É a emoção da partida, os momentos que vivemos e tudo aquilo que trazemos no coração. Um desafio é um teste a nós próprios, à resiliência, à capacidade de sair da zona de conforto, à aptidão para ultrapassar as dificuldades. Um desafio é uma batalha que se trava para conquistar algo.

Mas há desafios e desafios. 

O desafio do próximo fim-de-semana não será um teste á capacidade física, 15 kilometros fazem-se com uma perna às costas, ainda que esteja de baixa forma e o percurso tenha imensas subidas assustadoras. Mas será um teste ao poder da mente.

"A escada para o céu" é uma ponte suspensa, que tem 330 metros de comprimento e está a quase 100 metros de altura, atravessa o vale do rio Mörsdorfer na Alemanha e este aii Jesus, fica a meio do percurso. Este será o meu maior desafio. É que eu tenho vertigens e pavor de alturas, mas aceitei-o sem pestanejar.

De ora em diante, o frio na barriga vai-se agigantando! 

 

29
Jul24

Pensamento meu hoje: há filhos e filhos.

Carla

Há filhos que se preocupam com os pais, que os tratam com carinho, que beijam e abraçam forte, que telefonam, que fazem os quilómetros que forem precisos só porque têm saudades e querem mimos, que mandam mensagens a perguntar se os pais estão bem, filhos que reconhecem o esforço que os pais fizeram para que hoje estejam bem e agradecem.

Depois há outra classe de filhos. Filhos que não falam com os pais, que os tratam como conhecidos, filhos para quem todo o esforço foi pouco, filhos que tratam os pais com desprezo, que comprimentam e beijam porque parece mal não o fazer, filhos que ignoram, filhos que não se preocupam, filhos que não respondem a mensagens e ignoram telefonemas, filhos ingratos, que não sabem dizer obrigada, filhos que crêem que foi obrigação dos pais, criar, providenciar, doar, dedicar. 

Tenho dois. Um da barriga e outra que criei como filha desde os 9 anos de idade. Um que se insere na primeira categoria, a outra na segunda. Posso ter falhado muitas vezes como mãe,  chata, exigente, uma cabra ou até uma merda de mãe. Não sou perfeita, nunca o tentei ser. Fui sempre eu com todos os defeitos que me assistem. Mas quando ao longo dos tempos, uma filha não responde a mensagens e nem retorna telefonemas, e ainda tem a lata de responder "tenho uma vida muito ocupada"... eu como mãe desisto. A distância é a mesma, daqui aí, como daí aqui.

Há filhos e filhos. E há pais que sofrem e se cansam com a frieza e indiferença dos filhos.

 

 

 

 

 

 

25
Jul24

As minhas plantas dão-me com cada preocupação...

Carla

A minha mai-velha quando abalou de mala e cuia, sim, porque isto de quem casa quer casa, deixou-me de herança uma suculenta mais murcha que os dedos quando estão muito tempo na água, com meia dúzia de folhitas tristes e cansadas a precisarem de alento. Eu como boa samaritana acolhi a planta e prestei-lhe todos os cuidados, facutei-lhe bem estar, apoio psicológico e emocional, falei com ela todos os dias, até música lhe dei. 

Dei-lhe um vaso novo com terra fresquinha e àgua gota à gota porque me disseram que não podia pôr muita àgua de uma só vez, que elas, suculentas, não gostam.

Ora de tão bem tratada que foi, a planta cresceu, tornou-se vistosa de folhas carnudas e juntas festejavamos o aparecimento de novos rebentos, como quem festeja quando sabe que alguém da família está grávida.

Agora, não sei o que se passa, que dor na alma é esta que a atormenta e que a entristece. Primeiro as folhas foram caíndo uma a uma, agora é o caule que apodrece e caí. Sinto-a a secar, a desistir da existência, a perder o brilho. 

20240725_163956.jpg

Não sei o que faça...

 

 

 

 

24
Jul24

Diário de uma Quarta Feira

Carla

8.50 - cheguei ao trabalho e já estou azeda... Deixem-me estar sogadita e caladinha, não falem comigo... está um calor insuportável, o sol a bater nos vidros e a criar efeito de estufa, isto de as casas não terem ar condicionado e das pessoas não gostarem de abrir janelas por causa do pó que causa alergias e sei lá eu que outras merdas.... e de se lembrarem de me dar 15 camisas para passar a ferro é coisa para deixar uma pessoa a destilar suor, fazer o cérebro escorrer aos pingos. É a roupa que se cola ao corpo, é o cabelo que se cola à cabeça, os óculos que escorregam no nariz, é a pele que fica pegajosa e húmida... 

12. 00- ufff! Hora de almoço. Antes de ir para casa almoçar, vou-me sentar numa esplanada à sombra, e beber qualquer coisa fresquinha. A senhora sentada na mesa ao meu lado, perguntou ao empregado se tinha cerveja sem gluten. Cerveja sem gluten!?!? Depois querem que haja paz no mundo. 

14.00 - nem sei se estou bem se me vou esvair em suor. O duche de àgua fria não arrefeceu o corpo, pelo contrario, escorro àgua por cada poro. Até andava em casa como cheguei ao mundo, mas moro no primeiro andar, detesto cortinados e tenho vizinhos de frente.

17.00 - Deus porque me fizeste pobre? Tenho mais 4 horas de trabalho pela frente ... mais do mesmo... limpa, aspira, lava, passa a ferro... é o suor que escorre pela cara, é o cabelo que se cola à cabeça, é a roupa que se cola ao corpo, é a pele que fica húmida e pegajosa... é a pessoa a descolar a bata do rabiosque e a andar pelos gabinetes de braços no ar com a esperança que as ventoinhas lhe sequem a sovaqueira e de perna aberta para que se lhe arrefeçam os entremeios...

21.00 - já estou bem! Vou sair do trabalho e vou até ao ginásio tentar desmoer a bola de berlim e alivia o stress... nã... vou masé pra casa e depois do banhinho vou-me assolapar no sofá! 

Já estou assolapada no sofá!

Sobrevivi a mais um dia de trabalho! 

23
Jul24

"A vida é uma fotografia desfocada"

Carla

As fotos de sábado à noite ficaram tremidas, desfocadas, nem uma com aquela qualidade necessária para emoldurar e  mais tarde recordar.           

A Cristina organizou o almoço  de final de ano de trabalho, aquele convívio que organiza todos os anos antes de partirem de férias. O grupo dos amigos, que são mais familia que amigos, garrafas de vinho e uns petiscos. A coisa começou cedo e estava previsto acabar cedo... "máximo às 22h estamos em casa". 

Em casa de quem?

Eram 2h da manhã e ainda andávamos aos saltos na piscina.

IMG-20240721-WA0024.jpg

Fica a noite na memória.

 

20
Jul24

Um café e um pensamento aleatório

Carla

Enquanto tomava o meu café esta manhã, muito bem acompanhado de duas fatias de pão escuro torradas, uma barrada com abacate e a enfeitar fatias finas de tomate, a outra guarnecida de queijo fresco de cabra e uns mirtilos a adornar e para completar o prato umas rodelas de banana polvilhadas com canela. Num daqueles momentos de introspecção, em que tudo na minha vida é questionado...e o futuro a maior das incógnitas, questionei-me sobre a amizade e o que muda com o passar do tempo.

O bom de partilhar momentos felizes no facebook é que ele mos lembra depois. Estes dias, por exemplo, lembrou-me das viagens que fiz em 2022 com um grupo de amigas, éramos quatro e a completar o grupo um amigo. Um total de cinco pessoas inseparáveis. Era raro o fim-de-semana em que não havia algo programado, não só viagens, mas, descobrir restaurantes novos, idas ao cinema, assistir a concertos de música, caminhadas, passeios de bicicleta, beber um copo... ainda o programa do dia, ou fim-de-semana não tinha terminado e as nossas cabeças  engendravam já o que iríamos fazer no fim-de-semana a seguir. As conversas fluiam, havia sempre assunto. Trocava-se ideias, partilhava-se a vida. 

Dois anos depois o grupo ainda existe. É mais um grupo no messenger de "bom dia" e a conversa fica por ali. A cada ideia ou programa para aproveitar o fim-de-semana a resposta fica-se sempre por um "digo depois" que nunca se diz, ou um "depois encontramos-nos lá" que acabamos sempre por não nos encontrar. 

E não, as nossas vidas não mudaram, nenhum de nós está numa relação e quando isto acontecia, os parceiros, namorados ou ficantes, sempre foram bem-vindos. Para além deste grupo sempre tivemos outros grupos de amigos e planos com eles, também isso nunca nos impediu de planear fosse o que fosse uns com os outros.

A distância entre nós, está a dar lugar à frase "Já tenho saudades vossas, das nossas saídas e momentos juntos" mas nunca há disponibilidade ou vontade de encurtar a distância ou matar saudades. A vida partilhada pelos cinco arrefeceu. Agora somos feitos de silêncios.

Será que os assuntos se foram esgotando? Será que o nosso maior desejo de viver a vida e aproveitar tudo que ela nos tem para oferecer, esmoreceu? Será que o companheirismo que nos unia sucumbiu?

 

 

18
Jul24

Eu tenho dois neurónios

Carla

Maravilhosos neurónios. Riquezas mai lindas da sua dona. Morenos, altos e espadaúdos, tão inteligentes e talentosos. Juntinhos entendem-se que é uma maravilha. Os dois a trabalhar em equipa, oh la la são capazes de executar tarefas difíceis com tanta destreza e eficiência. Quisera porém o destino, que num dia de verão, onde o calor não dá tréguas, ambos ficássem indolentes. Neste dia a sua dona está a ter uma enorme improdutividade, a ociosidade tem tomado conta dela ... mas pronto!  Como dizia uma antiga patroa "a Carla não faça tudo hoje, senão para a semana não tem nada para fazer" 

 

17
Jul24

Mas quem será... mas quem será...

Carla

... quem desistiu de me seguir, hã? Ai ai ... não gosto nada de perder ninguém e muito menos de não saber onde o perdi, nem como ... simplesmente foi-se! Nem adeus, nem au revoir... serei eu que não tenho jeito para isto?... por isso vou-vos perdendo. Hoje foi um... não sei se abalou de noitinha ou pela madrugada... quantos mais perderei amanhã ou no dia seguinte? É dificil vos manter. Não sei ser lider.... Até me deu dó olhar e não o ver... ando a afugentar gente. Será?

Ou então, são vocês que não estão lá assim muito bem...Ir embora porquê? Para quê? Desistir de me ler? .... pel' amor de Deus... 

Não se está tão bem aqui?

16
Jul24

Anda tudo à espera das férias ...

Carla

E eu? 

Eu, não. Não estou à espera das férias.... como esta gente, que já nem pensa nem fala de outra coisa... anda tudo em estado semi-demente em contagem decrescente... 10, 9, 8, 7, 6, 5 ... andam por aí a espumar-se e a revirar os olhos, até metem um bocado de medo, a riscar os dias no calendário e a murmurar que ainda faltam X dias para abalarem, e que ontem já era tarde.... Ide...Ide todos!  Deixai-me aqui tranquila por obséquio. Este país, é tão mais sossegado quando mais de metade dos seus habitantes vai de férias. 

Eu vou de férias... lá terá de ser... mas não conto os dias... Ao contrário de vocês que nunca estão satisfeitos, eu sinto-me plenamente feliz por ficar a trabalhar.

É que, alguém tem de fazer alguma coisa pelo país, enquanto vocês, criaturas ingratas, andam a laurear a pevide.

 

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