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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

11
Jun24

Tão curto que isto é

Carla

Achas que eu não sei?

A vida é o intervalo que a morte nos dá, disse um dia alguém..

Eu sei. Eu sei.

É tudo muito de repente. 

O avc, o infarto, o acidente e lá vamos nós de repente. Do derrame à infecção, do caroço à quimio... a vida é madrasta e nós por gratidão teimamos em chamá-la de mãe. 

É curto, é.

Agora é tudo súbito, menos a alegria de por cá andar. É a tristeza que se instala até ao dia em que desistimos de viver.

É curto, eu sei.

Hasta pronto Ana 💫

09
Jun24

Agora que me vou aposentar.

Carla

Lembro com alegria aquele longínquo mês de Julho, em que depois de mais de 30 anos ao serviço de uma casa, me foram buscar para me dar uma segunda oportunidade. Lembro com contentamento aquele fim-de-semana entre lixas, pincéis e tintas, em que me foi dado um novo visual, também eu já cansado daquele cinzento gasto pelo tempo.

Depois de tantos anos nesta casa, onde dividimos não só uma cozinha, mas sorrisos, lágrimas e expectativas para o futuro. Onde presenciei tantas segundas de preguiça, tantos momentos desafiadores, tantos dias de sucesso e de aprendizagem, é com tristeza e alegria que me despeço de vocês. 

Tristeza pelas saudades que sentirei, vocês foram pessoas com quem partilhei muitas e muitas horas da minha vida. 

Alegria porque parto para o descanso merecido com a certeza de dever cumprido. 

Foi um gosto servir-vos por 14 anos. Despeço-me desejando que a felicidade seja uma companheira assídua nesta casa

Mais uma vez, obrigado! 

Assinado: móveis da cozinha.

06
Jun24

O problema

Carla

Não, o problema não são os cabelos brancos, as pálpebras descaídas, os pés de galinha à volta dos olhos ou as bolsas embaixo deles. O problema não é as mamas que já não olham para o céu, não é a pochete, nem cintura de vespa que desapareceu há décadas. O problema não é o cú espalmado ou as coxas magrinhas. O problema não é a pessoa esquecer onde mete as coisas nem o facto de verificar mil vezes se desligou o ferro ou o fogão e se fechou a porta à chave. O problema não é o trabalho, nem os filhos que já deram rumo à vida, os pais velhinhos, nem os afrontamentos da menopausa. O problema nem sequer é nunca ganhar o EuroDreams para poder basar daqui para fora. O problema não são as dúvidas existências, nem as pessoas estarem cada vez mais atalambadas, ou o mundo virado do avesso. Não. 

O problema darligues não são estes joelhos terem 80 anos e esta cabeça achar que tem 20 anos. O problema não é esta ligadura de gesso dar uma coceira do caraças e ter de aguentar isto mais uns dias, nem estes comprimidos prás dores, que me fazem andar em modo off. O problema não é este sofá que sei lá porque virou desconfortável. O problema não é este filho da mãe deste ligamento que não me deixa dobrar a perna.

O problema, dear gentle reader, é só terem saído 4 episódios da 3° temporada de Bridgerton e a pessoa ficar aguada até dia 13 para ver o desenlace amoroso de Pen e Collin.

04
Jun24

Não sou supersticiosa, mas não vá o diabo fazer cenas...

Carla

Ora bem, eu não sou uma rapariga dada a superstições e medos mas, na minha carteira guardo com carinho um amuleto que me foi dado, há mais de vinte anos, por uma amiga. Saio sempre de casa com o pé direito. Evito passar debaixo de escadas. Se vejo um gato preto na rua faço figas. Não ponho a carteira no chão não vá perder dinheiro. Nunca deixo ninguém sentar-se no canto da mesa e se vejo alguém lá sentado, mando ir um pouco mais para o lado. Descruzo facas cruzadas. Não abro o guarda chuva dentro de casa. Nunca deixo uma vassoura a tocar o chão quando não está a ser usada. Evito situações nas sexta-feiras 13. Tento sempre deixar os sapatos e os chinelos direitinhos e bem arrumados. Mordo o dedo mindinho da mão esquerda quando tenho as orelhas vermelhas, assim quem estiver a falar mal de mim, morde a língua. Na passagem do ano ponho uma nota no bolso e outra de igual valor no sapato, diz que atrai riqueza e bem estar. Tenho uma tacinha com sal atrás da porta da entrada para limpar o ambiente energético. No primeiro dia de cada mês sopro canela para dentro de casa e tenho também canela debaixo do tapete da entrada, para atrair a energia do sucesso a todos os sectores da vida. Todos os anos, compro uma romã para enfeitar o ano todo a fruteira, porque traz esperança, amor, paz e tranquilidade. Pronto, estas são algumas das minhas pancas.

Agora, que atire a primeira ferradura quem nunca bateu três vezes na madeira para afastar o azar.

03
Jun24

Assim de repente, é isto.

Carla

Tenho nove livros empilhados na mesinha de cabeceira e não consigo entusiasmar-me com nenhum, com os filmes é igual, tentei ver uns quantos este fim-de-semana e ao fim de cinco minutos desligava a netflix, falta uma semana para voltar a ter obras em casa, tenho de esvaziar os armários da cozinha, sexta vêem desmontar e sábado pintar, ainda agora acabei de organizar e limpar todo o "bordel" da parede partida para renovar os canos e meti-me logo noutra, no fim do mês vou a Portugal, talvez fosse boa ideia ver uns sítios com percursos giros para explorar ou talvez passe os dias tipo foca ao sol, a minha vida é isto.

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