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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

14
Mai24

Uma pessoa vai comer fora poucas vezes e quando vai é com cada desilusão.

Carla

Quando cheguei ao burgo disseram-me para nunca trabalhar para portugueses, além de pagarem mal, têm a mania que são mais que os outros. Não me lembro como conheci a Té, nem como foi que fui trabalhar para casa dela. Mas desde o primeiro dia gostei deles, ouve ali um feeling qualquer que passou do patroa/empregada para uma relação de amizade. Quando a Té decidiu casar e ir morar para casa do marido, resolvi que não ia trabalhar mais para ela, a casa era longe e eu tinha e tenho como decisão, trabalhar na vila onde moro. Perder muito tempo em transportes públicos diariamente, é coisa fora dos meus planos desde o primeiro que pisei este país e assentei arraiais na vila do Luxemburgo. Mas continuámos amigas e volta e meia combinávamos e passavámos o fim-de-semana juntas num parque de campismo no norte, onde ela tinha um bungalow arrendado ao ano. O mais novo dela foi estudar para Lisboa, o marido reformou-se no ano antes, e a Té decidiu que era hora de regressar a Portugal. A vida dela agora passa poucas vezes pelo Luxemburgo, mas de vez em quando tem de cá vir em trabalho, e quando nos permite a ambas tomamos um café.

Hoje permitiu-nos ir almoçar e ver fotos do neto, do filho mais velho, que já vai fazer 5 anos e saber novidades do mais novo que no ano passado foi trabalhar para os Estados Unidos. Também ela ficou contente de saber novidades dos meus.

Quanto ao almoço... o que me calhou porque foi o que pedi.

O bacalhau estava insosso e esteve pouco tempo na brasa, a posta era alta e no meio estava cru. A pessoa que deu o murro nas batatas fê-lo com uma agressidade excessiva. As migas ... na minha terra levam couve, feijão-frade e broa, salteadas em azeite e alho. Couve, feijão-frade e creio que era bacon, de tão esturricado que estava dificultou-me a investigação. Deixei no prato. Não só as migas mas metade do bacalhau. Sobremesa nem ousei pedir. A meia jarra de vinho vinha surrada, mal encheu os dois copos. A espetada da Té tinha bom aspecto, cheirava bem e ela disse que estava muito boa. A carne era tenrinha e suculenta. O arroz de feijão malandrinho, ótimo para ir molhando o pão enquanto o ia comendo.

Se a vida é feita de escolhas, hoje a escolha que fiz não foi a acertada.

13
Mai24

Coisas que aprendi nestes últimos anos que volta e meia esqueço e depois volto a lembrar e a esquecer novamente.

Carla

1- as pessoas agem segundo as seus interesses e não têm qualquer problema em cagar em ti e passar-te para segundo plano.

2- omitir é tão grave como mentir, quando se trata de uma amizade. Mas não percas tempo a tirar satisfações, deixa o mentiroso se enforcar com a própria corda. 

3- Age em conformidade com as atitudes dos outros. Pensa sempre em ti primeiro. 

4- quando deixas de agradar ou de dizer coisas bonitas a pessoas que estão na tua vida, elas deixam de te dar atenção e importância. 

5- as amizades são tipo os iogurtes, têm um curto prazo de validade. Vais fazer parte da vida de uma pessoa enquanto ela precisa de ti. Quando não precisar és descartada.

6- fazer novos amigos é uma cena gira, desde que entendas que deves dar de ti, na mesma proporção da entrega.

Não fiques triste. 

Triste é ter roupa para lavar e a máquina avariar.

 

 

11
Mai24

Digam-me só uma coisinha!

Carla

A modos que,  isto é uma dúvida que me ultrapassa!

Ora aqui vai disto... quando num grupo de amigos, por um motivo qualquer que pouco importa, um desses amigos corta amizade com outro, os outros amigos também vão de vela, ou ficam isentos do corte?

É, que, pelo que me apercebi há pessoas que deixam de falar com todas as pessoas de um grupo, quando cortam o elo de amizade com um. 

É assim? 

Pelos vistos, é!... uma treta que m'assola o espírito.

07
Mai24

Duas num dia já não aguento.

Carla

Acalmem-se e aquietem-se que não é nada disso, se bem que... adiante!

Depois de aceitar o convite para o churrasco, que sinceramente fez muito bem, convites para comer é coisa que nunca se recusa, e se o assunto for um belo naco de picanha a assar na brasa, servida em finas fatias a escorrer suco e a gordurinha que a envolve ligeiramente crocante, então nem se pensa duas vezes, que a atalambada da Euzinha, a empregada doméstica que também trata da agenda social e cultural de Eu a patroa, se lembrou que nesse dia havia já um evento agendado para a noite, uma soirée de les années quatre-vight, que tanto ouviu falar e tratou logo de marcar presença. 

Ora Eu não sabe sambar (io!), mas á segunda caipirinha, os pézinhos começam a apanhar-lhe o ritmo, e se a caixa de som toca Mamonas Assassinas, atão não há quem lhe deite a mão para a segurar, ela dança, salta e canta.

O que foi exactamente o que aconteceu "all night long", na soirée des année quatre-vight, "jump" como uma "maniac" e a cinderela ao fim da noite não perdeu o sapato, mas teve de regressar a casa com os sapatinhos na mão, porque os pézinhos gritavam "i want to break free" quando estes lhe apertavam os calos.

Isto do "gilrs just wanna have fun" é muito giro quando a malta é jovem. Depois de uma certa idade, os joelhos e as ancas já não têm vinte anos e aguentar duas seguidas é obra e coisa para, três dias depois ainda se lembrarem cada vez que têm de baixar e a seguir levantar.

 "forever young, i want to be forever young" isso sim, é que era assunto!

 

 

 

 

 

06
Mai24

Dia da mãe

Carla

A minha mãe sempre foi uma lutadora.

Lutou muitas guerras sozinha desde pequena, primeiro para ajudar a mãe, viúva com três filhos e mais tarde para alimentar os filhos, em tempos muito difíceis e complicados a D. Céu nunca nos deixou faltar nada, incluído educação e respeito. A durona da casa nunca foi mulher de desistir ou baixar os braços, com os contratempos da vida. A minha mãe era uma mulher incansável, no trabalho dentro e fora de casa, na organização do lar, na orientação do nosso dia a dia, ela conseguia ainda arranjar tempo para nos vigiar os estudos e acompanhar na escola. Só ao domingo ao fim do dia é que ela se sentava no sofá, com uma chávena de chá e uma fatia de bolo. Ao domingo havia sempre bolo (ainda hoje há!).

Nunca a ouvi dizer que estava cansada,  doente, ou que não tinha tempo para nós, porque tudo o que ela fazia ( e faz)  é por amor. 

Eu fui a sua filha rebelde, a respondona, a que fazia confusão, a que criava atritos. A nossa relação nem sempre foi a melhor, mas a minha mãe, (apesar de eu ser uma verdadeira parva volta e meia e dar-lhe tantas dores de cabeça), teve sempre a palavra acertada ou a  lambada dada na hora certa (e foram muitas...) para me fazer baixar a crista.

No fundo com ela sempre foi tudo na hora certa, as lambadas, os ralhetes, os castigos os beijos e abraços. 

Por tudo que passaste sem quereres.

Por tudo que disseste só com o olhar. 

Por me teres dado tudo o que precisei para desbravar a vida e criar o meu caminho.

Obrigada.

 

 

02
Mai24

Onde pára a polícia

Carla

Se isto fosse uma pergunta responderia que parou toda à porta do meu prédio.

Com uma insistência enervante sou acordada pelo som da campainha, olho pelas frestas do estore e vejo que ainda é de noite, viro-me para o lado e ignoro. Breves minutos após toca de novo, olho para o telemóvel, meia noite e cinquenta, pensei no vizinho do 2° esquerdo, que tem a mania de me tocar à campainha quando chega de madrugada, bêbado, e não encontra a chave. Chamei-lhe todos os nomes e mais alguns, enterrei a cabeça na almofada, puxei o edredon para cima, decidida a fechar os olhos e voltar a adormecer.  Mas nisto ouvi alguém, com uma violência brutal, tentar abrir a porta da entrada e ouço um movimento fora do normal para aquela hora da noite nas escadas, levanto-me para cuscar através do olho da porta do apartamento, e vejo esse vizinho do 2° de roupão a descer as escadas, acompanhado com o do 3° andar de boxers e o do 4° andar de pijama. Raios! Que se passa no 22?  Abro a porta e pergunto-lhes,  respondem-me que não sabem, mas as campainhas não param de tocar. Descemos juntos até à entrada, não fosse algum toxicodependente estar a fazer todo aquele basqueiro e a tentar arrombar a porta.

No momento em que chegámos à entrada, alguém abriu a porta do prédio e eles entraram de ropante de lanternas acesas, uns desceram até às caves outros subiram até ao 5° andar, outros ficaram parados na entrada, outros tantos vigiavam a rua no inicio e no fim e seis carros de policia com as luzes ligadas estacionados em frente do prédio ... e nós os 4 ali parados de boca aberta, sem fazer a mais pálida ideia do que estava a acontecer e o porquê de todo aquele aparato policial. Até que um se dirigiu a nós e nos mandou regressar aos apartamentos, mas antes explicou-nos que o alarme do restaurante foi acionado e eles receberam uma chamada da empresa de segurança para se dirigirem ao local e ver o que se passava.

A ver pela quantidade de agentes, creio que a noite estava calma e eles entediados desejosos de um pouco de ação. 

Voltar a pregar olho é que foi uma merda!

Foi este o assunto do dia hoje no 22.

01
Mai24

A tradição de oferecer o Muguet

Carla

Na França, no primeiro dia de Maio, é tradição oferecer um raminho de muguet (lírio-do-vale). Uma flor delicada e perfumada que é símbolo de sorte e felicidade.

Uma tradição que começou no século XVI com o rei Charles IX. O monarca gostou tanto de receber um ramo de muguet que ordenou, que no primeiro dia de maio, a flor fosse distribuída a todas as damas da corte. 

Por cá mantemos essa tradição, oferecer aos amigos e familiares um ramo de muguet, desejando-lhes sorte e felicidade durante todo o ano. 

Eu recebi o meu! E não podia deixar passar esta data em branco.

IMG_20240501_104622_930.jpg

A cada um de vocês ofereço um ramo de muguet. ❤️

 

 

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