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Mas para que raio quero eu um blog?

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Um blog sem pernas para andar, com uma dona sem vontade de escrever.

Mas para que raio quero eu um blog?

30
Mai24

O buraco

Carla

Trabalho há 14 anos no mesmo local. Há 14 anos que todos os dias faço a pé o mesmo caminho, ao fim do dia para ir para o trabalho e o mesmo caminho de regresso a casa já a noite vai alta. De há uns tempos para cá uma pedra do passeio soltou-se, depois outra, e outra, até que se tornou um buraco. Entretanto começaram as obras nessa rua para sustituir os esgotos, as condutas de água e passar a fibra óptica e o buraco virou uma cratera. 

Euzinha que todos os dias por ali passa, sei exactamente o sítio do buraco, o tamanho e o que fazer para me desviar dele, todos os dias acerta nele! E depois passo o tempo todo a pensar no desgraçado do buraco que um dia destes ainda me atira ao chão e esbardalho-me toda! 

Isto não é enervante? Claro que é! Até parece que o caraças do buraco tem um imãn. 

 

29
Mai24

É mesmo filho desta mãe.

Carla

 Mãe: recebi uma mensagem no insta de um senhor americano, que me dá 1000 dólares por semana em troca de fotos dos meus delicados pézinhos.

Filho: 😂😂😂😂 manda! E se o gajo quiser também posso lhe mandar fotos dos meus. Sempre são mais bonitos que os teus.

Mãe:  ah sim? 😂😂

Filho: sim, foram feitos com muito amor e carinho. 

Mãe: e os meus não queres ver!

Filho: Os avós quando fizeram os teus foi mais a despachar 😁

É mesmo meu filho! ... sem tirar nem pôr! 😂

 

 

28
Mai24

Castigos divinos

Carla

Se os há, levei com um.

No sábado lá fui eu participar mais uma vez na marcha internacional de Diekirch, este evento é organizado pelo exército Luxemburguês desde 1968 e junta militares, policia, cidadãos, não só do Luxemburgo mas de vários países. Durante 2 dias percorremos a zona norte do país. Eu fiz 20 km no sábado, duríssimos!...  ainda cravei boleia na mochila de um soldado americano, mas este não foi na conversa, preferiu continuar o percursso com os 50 quilos de sei lá o quê, do que os substituir por esta simpática pessoa. Totó! 

Por entre floresta, caminhos de cabras e caminhos agrícolas, o caminho foi-se fazendo, ora subindo, ora descendo. Ao longo do percurso músicos iam animando o pessoal e tendas foram montadas com comida e bebida. 

Foi numa dessas subidas que vi um enorme pomar de cerejeiras. Ora, passar sem parar perante tão bela e gostosa visão? Naaa! Não só parei como me embrenhei arvoredo adentro à procura de cerejas maduras. Subi às àrvores à procura delas, enguli-as não sem antes as saborear. Delicia dos deuses! Sem saber e sem me preocupar se tinham pesticidas recentes que provocasse algum desarranjo intestinal de caixão à cova. Que salixe! Mas tal não aconteceu, o que aconteceu, foi que a partir desse momento comecei a sentir uma forte dor no joelho que foi aumentando de intensidade à medida que caminhava, tive de desistir da ideia de continuar o percursso dos 40 km e meia a coxear lá cruzei a meta dos 20 km. O gelo e a massagem da moça dos primeiros socorros resolveram a situação, mas no domingo já não fui fazer o 2° dia da marcha.

Isto tudo à conta de um punhado de cerejas sem autorização, bom, uma barrigada delas. Tão docinhas! 

Toma lá cerejas! 

 

23
Mai24

É hoje o meu dia

Carla

E faz hoje 53 anos que esta criatura viu a luz do dia. Mentira, eu vi foi a luz da noite, porque nasci às 23h 55 m. Não quis deixar a coisa para o dia a seguir.

É verdade, eu sei que não parece (mas esta merda de envelhecer já doi nos joelhos 😅), caraças... isto passa a correr! A pessoa nem deu por ela.

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Por isso, ergam bem alto essas vozes e esses copos e digam: PARABÉNS! 🥂🥳

22
Mai24

Pedras no caminho ?

Carla

 

Nos meados dos anos 60, um homem embarcou na aventura de construir o seu castelo encantado. Sozinho.

 O primeiro projecto em madeira, ardeu num incêndio em 1973, mas mesmo depois desse revês, meteu as mãos à obra e começou uma nova construção, projecto em que trabalhou até à sua morte em 2007.

Pol Gilson era filho de um pedreiro, o que lhe deu conhecimentos suficientes para iniciar a empreitada, consultou alguns profissionais em áreas desconhecidas, mas a única ajuda que teve foi para construir o fosso em redor, uma máquina que lhe emprestaram, todo o resto foi feito e construído de forma autodidática, pelas próprias mãos.

Os materias usados. 

O irmão de Gilson trabalhava num cemitério e a certa altura as pedras das campas foram substituidas por mármore. Essas pedras eram deitadas fora e Gilson decidiu aproveitá-las e usá-las para construir o seu castelo dos contos de fada.

Turelbaach Castel

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"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo."

21
Mai24

O que não falta por aí são Bettys e Josés.

Carla

Às vezes entretenho-me a ouvir conversas alheias quando vou sentada no autocarro. 

Hoje o debate era aceso entre as duas senhoras que iam sentadas no banco à minha frente, ia em silêncio de olhos postos na janela, mas escutava-as com atenção. O mundo virou um lugar onde toda a gente é expert em alguma coisa. E agora parece que toda a gente é expert no caso de violência entre o José e a Betty.

Não conhecemos o José nem a Betty de lado nenhum, cabe à policia investigar e que se faça justiça, a dos tribunais, porque a justiça do povo é emotiva e tantas vezes perigosa, mas falamos do assunto como se nos fossem íntimos, da familia, amigos ou vizinhos. No entanto conhecemos outros Josés e outras Bettys e fechamos os olhos, preferimos não nos meter porque "entre marido e mulher não se mete a colher". Aceitamos sem duvidar quando a vítima nos diz que tem o olho negro porque bateu sem querer numa porta, ouvimos os gritos e fingimos não os ouvir, e se por caso a vítima for um homem, sim, porque há homens vítimas de violência doméstica, somos capazes de rir e gozar com a situação.

A violência está entre nós, naquele momento em que o cérebro deixa de ser racional e traz ao cimo o lado mais negro da pessoa. Infelizmente o crime de violência doméstica continua a obedecer ao mesmo triste enredo: todos calam até ao dia em que acontece o pior, a vítima acaba numa cama de hospital ou "ainda mais deitado, o coveiro que o diga".

Não me lembro de existirem muitas detenções de agressores. Mas que as vítimas tenham coragem de falar e quem ouve a coragem de denunciar.

19
Mai24

Anda comigo ver os aviões

Carla

A ver pelas discussões que por aqui andam sobre o nome do novo aeroporto que há-de vir... até eu me sinto tentada a propor um nome.

Tendo em conta os anos que ouço falar do novo aeroporto e tendo também em conta tudo o que já aconteceu e o que ainda irá acontecer, eu proponho que se chame: 

Aeroporto Internacional de Santa Engrácia.

Mas pronto, Luís de Camões parece-me bem. Se tivermos em conta o que se diz, que um livro nos leva a viajar mais do que qualquer outro meio de transporte, a bordo dos Lusíadas é coisa para ser uma viagem que nunca mais acaba! 

Já a localização ... um areal tão grande na praia a Figueira da Foz... o jeitão que me dava!

17
Mai24

Depois de ...

Carla

... um dia de sol, manga curta e os dedinhos a espreitar pelas sandálias a chuva regressou. As mangas voltaram a tapar os braços, os impermeáveis regressaram, os pézinhos estão fechados dentro de botas, o sol sem aparecer e litros e litros de àgua a cair do céu. O país em alerta vermelho, riscos de inundações em toda a região sul e assim permanecerá até amanhã.

Deus certamente anda arrependido por ter trocado os dinossauros por nós, e chora desalmadamente.

Mas ó Pedrocas, tu controla lá isso! Temos um fim-de-semana de 3 dias à porta e a malta quer é curtir, homem!

16
Mai24

Coisas interessantes a acontecer lá fora e eu sentada no sofá a ver "Stranger Things"

Carla

Quando fiz 50 anos prometi a mim própria que era desta, que ia ver a aurora boreal lá para os lados do polo norte. Voo de Bruxelas/Chaleroi, que é mais baratinha a viagem, para Oslo onde ficaria 3 dias a explorar a cidade, e depois ia de comboio até Tromso com algumas paragens pelo caminho. Como não percebo nada de auroras e não estava disposta a gastar uma pipa de massa e vir de lá de mãos a abanar, meti conversa com um moço no instagram, que mora para essas bandas e leva pessoal à caça de auroras, que me prometeu que regressaria ao burgo com os olhos cheios de auroras azuis, verdes, laranjas e roxas. Mas, quem me manda a mim fazer 50 anos, no ano em que o mundo parou à conta do covid? Ficou tudo em àguas de bacalhau. Outras coisas se meteram no meio e até hoje essa viagem não saíu do papel. 

Evidentemente que sábado quando acordei e percebi, que a D. Aurora tinha andado a bailar nos céus do burgo e que eu, tinha estado até às 5h da manhã de olhos postos na televisão, a ver um grupo de putos a combater as forças do mal numa cidadezinha na América, fiquei chateada... Possessa... possuída! Até parecia que a coisa ruim, que por lá se instalou no subsolo se tinha apoderado do meu ser. A coisa só acalmou quando, a minha sobrinha mais velha me informou que nessa noite seria possível vê-la de novo. 

Mas a aurora é levada da breca. Deixou-me de olhos postos no céu, até as 3h da manhã e não apareceu. Regressei a casa triste...

Agora, se quiseres ver a aurora boreal, só tens uma hipótese, é tirar a viagem do papel. Porque o fenómeno acontece de 20 em 20 anos e tu sabes lá onde estarás daqui a 20 anos! 

 

 

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