O Luxemburgo é isto, pessoas de várias nacionalidades que vivem em harmonia, bem integradas no país que as acolheu, e que gostam de partilhar o que de bom têm nos seus países de origem.
Ontem fui ver o MusiqCITE, que é um encontro intercultural, musical e gastronómico. Dancei ao som dos 4 continentes. De olhos fechados passeei pelas ruas de Paris, enquanto o jazz e os blues me levaram até Nova Orleans dos anos 20 e 30, dancei numa praia em Cabo Verde, sambei... e nisto os ritmos Berberes e a sua boa disposição, levantaram a plateia da cadeira e levaram-nos para o palco. Cantei e vivi grandes momentos com músicas do mundo. Depois foi o festim para as papilas gustativas, com tanto que havia para saborear, do que de melhor a gastronomia desses países tem para nos oferecer, regado com aquilo que as vinhas do Luxemburgo produzem. Foi uma noite que me levou a descobrir e ao deslumbre.
Vim de lá encantada mas também desiludida.
Encantada com aquilo que o mundo me ofereceu e desiludida com aquilo que Portugal ofereceu ao mundo.
Um stand gastronómico miserável. Sendo que somos um país com uma riquíssima gastronomia, o nosso stand deu a conhecer ao mundo, pastéis de bacalhau, rissois e pastéis de nata, numa quantidade tão reduzida que não chegou a todos. Um stand sem aquilo que é tão nosso, a alegria, o sorriso, a simpatia.
A associação "CASA" e o seu comendador, que diz ser o representante todos os portugueses emigrados no Luxemburgo, terão de repensar melhor futuras participações em eventos como este, onde nos dá a conhecer ao mundo.
Porque Portugal é muito mais que pastéis de bacalhau, rissois e pastéis de nata!
Já a nossa querida Amália cantava:
"Numa casa portuguesa fica bem
Pão e vinho sobre a mesa
E se à porta humildemente bate alguém
Senta-se à mesa com a gente
Fica bem essa franqueza fica bem
Que o povo nunca a desmente
A alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar e ficar contente"